Sefirat ha Omer 2009 - parte 1: Difference between revisions

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Originalmente, a Páscoa judaica era constituída de dois feriados distintos: '''Chag ha’Pessach''', a Festa do cordeiro Pascal, e '''Chag ha’Matzot''', a Festa dos Pães Ázimos, ambos eram observados muito antes das traumáticas experiências dos judeus no Egito. Nos tempos antigos, quando a maioria dos hebreus vivia no deserto como pastores nômades, as famílias celebravam a chegada da Primavera oferecendo um sacrifício (Pessach, o cordeiro pascal).  
Originalmente, a Páscoa judaica era constituída de dois feriados distintos: '''Chag ha’Pessach''', a Festa do cordeiro Pascal, e '''Chag ha’Matzot''', a Festa dos Pães Ázimos, ambos eram observados muito antes das traumáticas experiências dos judeus no Egito. Nos tempos antigos, quando a maioria dos hebreus vivia no deserto como pastores nômades, as famílias celebravam a chegada da Primavera oferecendo um sacrifício (Pessach, o cordeiro pascal).  
Mais tarde, instituiu-se um outro feriado na Primavera, de caráter agrícola: Chag ha’Matzot, quando os lavradores na Palestina comemoravam o início da colheita de trigo desfazendo-se de toda massa fermentada.
Mais tarde, instituiu-se um outro feriado na Primavera, de caráter agrícola: Chag ha’Matzot, quando os lavradores na Palestina comemoravam o início da colheita de trigo desfazendo-se de toda massa fermentada.
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Com o tempo, estas duas festas associaram-se a outro evento que ocorreu na Primavera: o êxodo do Egito. Chag ha’Pessach foi identificado com o fato de Deus ter passado por cima (passach, em hebraico) das casas dos judeus, poupando-os da décima praga, a morte dos primogênitos egípcios. Por outro lado, Chag ha’Matzot foi relacionado com o fato de que os judeus, em sua fuga apressada do Egito, não tiveram tempo de esperar a massa crescer e assaram pães ázimos com a massa não-fermentada.
Com o tempo, estas duas festas associaram-se a outro evento que ocorreu na Primavera: o êxodo do Egito. Chag ha’Pessach foi identificado com o fato de Deus ter passado por cima (passach, em hebraico) das casas dos judeus, poupando-os da décima praga, a morte dos primogênitos egípcios. Por outro lado, Chag ha’Matzot foi relacionado com o fato de que os judeus, em sua fuga apressada do Egito, não tiveram tempo de esperar a massa crescer e assaram pães ázimos com a massa não-fermentada.
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Claro que a lista egipcia era muito mais completa e trabalhosa. Alguns exemplos:
Claro que a lista egipcia era muito mais completa e trabalhosa. Alguns exemplos:


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''“Eu não cometi o mal contra os homens,''
''“Eu não cometi o mal contra os homens,''


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E assim por diante… A lista é enorme e pode ser lida na íntegra aqui: http://www.wsu.edu/~dee/EGYPT/BOD125.HTM
E assim por diante… A lista é enorme e pode ser lida na íntegra aqui: http://www.wsu.edu/~dee/EGYPT/BOD125.HTM


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'''''Mas então… o que representam estes 49 dias e os 10 mandamentos?'''''
'''''Mas então… o que representam estes 49 dias e os 10 mandamentos?'''''


Os 49 dias (ou sete semanas) representam o 7×7, ou seja, cada uma das Esferas antes do Abismo presente dentro de cada uma destas mesmas esferas ([[Chesed]], [[Geburah]], [[Tiferet]], [[Netzach]], [[Hod]], [[Yesod]] e [[Malkuth]]). Cada uma destas esferas representa um grau de consciência dentro da mente humana e uma egrégora que pode ser acessada (que as pessoas costumam chamar de DEUSES). As combinações entre estas sefirot geram os arquétipos universais das virtudes a serem trabalhadas dentro do autoconhecimento (lembram-se? ''“Conhece a ti mesmo e conhecerás os deuses e os mistérios do Universo“''?).
Os 49 dias (ou sete semanas) representam o 7×7, ou seja, cada uma das Esferas antes do Abismo presente dentro de cada uma destas mesmas esferas ([[Chesed]], [[Geburah]], [[Tiferet]], [[Netzach]], [[Hod]], [[Yesod]] e [[Malkuth]]). Cada uma destas esferas representa um grau de consciência dentro da mente humana e uma egrégora que pode ser acessada (que as pessoas costumam chamar de DEUSES). As combinações entre estas sefirot geram os arquétipos universais das virtudes a serem trabalhadas dentro do autoconhecimento (lembram-se? ''“Conhece a ti mesmo e conhecerás os deuses e os mistérios do Universo“''?).


[[image:09-04-06-seteveus.jpg|200px|right|thumb|Ereshkigal e a Dança dos Sete Véus]]
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Para quem acha que esta alegoria é apenas bíblica, devemos lembrar que nos textos babilônicos, '''Ereshkigal''' (“A grande senhora dos reinos interiores”) precisava atravessar 49 portais até se purificar… Dentro destas sete câmaras, ela atravessava sete portais, dominando o demônio protetor de cada portal. A cada câmara, ela perdia um de seus véus, até chegar nua no final dos 49 portões.
Para quem acha que esta alegoria é apenas bíblica, devemos lembrar que nos textos babilônicos, '''Ereshkigal''' (“A grande senhora dos reinos interiores”) precisava atravessar 49 portais até se purificar… Dentro destas sete câmaras, ela atravessava sete portais, dominando o demônio protetor de cada portal. A cada câmara, ela perdia um de seus véus, até chegar nua no final dos 49 portões.


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==O Sefirat Ha Omer (a contagem do Omer)==
==O Sefirat Ha Omer (a contagem do Omer)==
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Cada ano a contagem começa em um dia diferente, dependendo de Passach. A contagem em 2009 começa na noite do dia 9/04 (Quinta-feira agora). A partir deste dia, estudiosos e estudantes de Kabbalah e das tradições judaicas do mundo inteiro estarão unidos em uma grande e poderosa egrégora que durará 49 dias, consistindo de 49 meditações e exercícios de autoconhecimento a serem realizados durante o dia.
Cada ano a contagem começa em um dia diferente, dependendo de Passach. A contagem em 2009 começa na noite do dia 9/04 (Quinta-feira agora). A partir deste dia, estudiosos e estudantes de Kabbalah e das tradições judaicas do mundo inteiro estarão unidos em uma grande e poderosa egrégora que durará 49 dias, consistindo de 49 meditações e exercícios de autoconhecimento a serem realizados durante o dia.
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- Faça a contagem do Omer dizendo (não precisa ser em voz alta, mas é importante verbalizar!) “Hoje é o Primeiro dia do Omer – Chesed em Chesed“. A cada dia, conte o dia correspondente e as sefirot correspondentes. Esta é a chave de conexão com a Egrégora. Mentalize as cores das esferas relacionadas com o dia dentro da Árvore da Vida.
- Faça a contagem do Omer dizendo (não precisa ser em voz alta, mas é importante verbalizar!) “Hoje é o Primeiro dia do Omer – Chesed em Chesed“. A cada dia, conte o dia correspondente e as sefirot correspondentes. Esta é a chave de conexão com a Egrégora. Mentalize as cores das esferas relacionadas com o dia dentro da Árvore da Vida.
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- Leia o texto referente ao dia da contagem do Omer e medite sobre como aquelas virtudes poderiam ser utilizadas por você durante sua vida profana. Como estes sentimentos se manifestam em você e o que você pode fazer para colocá-los efetivamente em prática. Algumas pessoas podem fazer pequenos textos em seus grimórios, anotações, desenhos ou até mesmo temas para posts em blogs também, se desejarem.
- Leia o texto referente ao dia da contagem do Omer e medite sobre como aquelas virtudes poderiam ser utilizadas por você durante sua vida profana. Como estes sentimentos se manifestam em você e o que você pode fazer para colocá-los efetivamente em prática. Algumas pessoas podem fazer pequenos textos em seus grimórios, anotações, desenhos ou até mesmo temas para posts em blogs também, se desejarem.
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'''Primeiro Dia:'''
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09/04/2009 – Quinta-Feira
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'''Chesed de Chesed'''
'''Chesed de Chesed'''
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Bondade na Bondade
Bondade na Bondade
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'''Segundo Dia:'''
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10/04/2009 – Sexta-Feira
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'''Geburah de Chesed'''
'''Geburah de Chesed'''
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Disciplina na Bondade
Disciplina na Bondade
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'''Terceiro Dia:'''
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11/04/2009 – Sábado
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'''Tiferet de Chesed'''
'''Tiferet de Chesed'''


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Compaixão, Harmonia na Bondade
 
Compaixão, Harmonia na bondade


Harmonia no amor é algo que mescla tanto os aspectos Chesed como Guevurá do amor. Amor em harmonia inclui empatia e compaixão. O amor é freqüentemente concedido na expectativa de receber amor em retorno. O amor compassivo é dado livremente; nada espera em troca – mesmo quando o outro não merece amor. Tiferet é dar também àqueles que o magoaram. Reconhece a disciplina da Guevurá e, mesmo assim, clama por amor compassivo para todos.
Harmonia no amor é algo que mescla tanto os aspectos Chesed como Guevurá do amor. Amor em harmonia inclui empatia e compaixão. O amor é freqüentemente concedido na expectativa de receber amor em retorno. O amor compassivo é dado livremente; nada espera em troca – mesmo quando o outro não merece amor. Tiferet é dar também àqueles que o magoaram. Reconhece a disciplina da Guevurá e, mesmo assim, clama por amor compassivo para todos.
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'''Quarto Dia:'''
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12/04/2009 – Domingo
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'''Netzach de Chesed'''
'''Netzach de Chesed'''
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Tolerância na Bondade
Tolerância na Bondade
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'''Quinto Dia:'''
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13/04/2009 – Segunda-Feira
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'''Hod de Chesed'''
'''Hod de Chesed'''
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Humildade na Bondade
Humildade na Bondade
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'''Sexto Dia:'''
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==='''Sexto Dia'''===


14/04/2009 – Terça-Feira
14/04/2009 – Terça-Feira
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'''Yesod de Chesed'''
'''Yesod de Chesed'''
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Compromisso na Bondade
Compromisso na Bondade
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'''Sétimo dia:'''
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==='''Sétimo dia'''===


15/04/2009 – Quarta-Feira
15/04/2009 – Quarta-Feira
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'''Malkuth de Chesed'''
'''Malkuth de Chesed'''
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Nobreza na Bondade
Nobreza na Bondade

Latest revision as of 15:32, 3 November 2010

Moisés e a Árvore da Vida

Originalmente, a Páscoa judaica era constituída de dois feriados distintos: Chag ha’Pessach, a Festa do cordeiro Pascal, e Chag ha’Matzot, a Festa dos Pães Ázimos, ambos eram observados muito antes das traumáticas experiências dos judeus no Egito. Nos tempos antigos, quando a maioria dos hebreus vivia no deserto como pastores nômades, as famílias celebravam a chegada da Primavera oferecendo um sacrifício (Pessach, o cordeiro pascal). Mais tarde, instituiu-se um outro feriado na Primavera, de caráter agrícola: Chag ha’Matzot, quando os lavradores na Palestina comemoravam o início da colheita de trigo desfazendo-se de toda massa fermentada.

Com o tempo, estas duas festas associaram-se a outro evento que ocorreu na Primavera: o êxodo do Egito. Chag ha’Pessach foi identificado com o fato de Deus ter passado por cima (passach, em hebraico) das casas dos judeus, poupando-os da décima praga, a morte dos primogênitos egípcios. Por outro lado, Chag ha’Matzot foi relacionado com o fato de que os judeus, em sua fuga apressada do Egito, não tiveram tempo de esperar a massa crescer e assaram pães ázimos com a massa não-fermentada.

A Biblia diz que os judeus passaram 49 dias no Deserto entre o Pessach e Shavout, até que Moisés finalmente recebeu a Tábua da Aliança de Deus. Claro que a historinha dos “Dez Mandamentos” é mais uma das conversas para boi dormir. As Dez Leis que Moisés recebe dos céus representam as dez Esferas (Sephiroth) da Árvore da Vida (aquela Árvore que também aparece na Biblia no começo do gênese, que continha os frutos do Bem e do Mal e que Adão e Eva não podiam comer mas comeram e acabaram expulsos do Paraíso…).

Lembrem-se que TODO o Pentateuco (os 5 primeiros livros bíblicos) é ALEGÓRICO, o que significa que NÃO existe barquinho de Noé no monte Ararat; NÃO existe Torre de Babel; Deus NÃO criou o mundo em sete dias; o criacionismo NÃO é sério; Adão, Eva, Cain e Abel NÃO foram os únicos habitantes da terra por um tempo e assim por diante…

Todas estas passagens são símbolos de conhecimentos ocultistas que acabaram sendo levados ao pé da letra pelo “rebanho” de fiéis.

O que se chama tradicionalmente de “dez mandamentos” são adaptações meia-boca do Livro dos Mortos egipcio, quando o postulante precisa se declarar diante de Maat, Deusa da Justiça, mais precisamente no capítulo 125. Só que onde se lê “Eu não matei”, “Eu não menti”, “Eu não desrespeitei meus pais”, “eu não adorei falsos deuses” e assim por diante, substitua por “Não matarás”, “Não levantarás falso testemunho” e assim por diante. Alguns mandamentos foram modificados, outros foram convenientemente adicionados por Moisés para manter o povo quieto e obediente. Claro que a lista egipcia era muito mais completa e trabalhosa. Alguns exemplos:


O Julgamento dos Mortos

“Eu não cometi o mal contra os homens,

Eu não oprimi os membros de minha família

Eu não trouxe o mal no lugar do bem e da verdade

Eu não adquiri conhecimentos inúteis

Eu não trouxe nenhum mal

Eu não acordei pela manhã esperando mais do que merecia

Eu não quis que meu nome fosse louvado

Eu não oprimi meus servos

Eu não vilipendiei nenhum deus

Eu não fraudei os pobres

Eu não fiz nada que os deuses abominem

Eu não permiti que um mestre maltratasse um servo

Eu não fiz ninguém passar fome

Eu não causei dor a ninguém

Eu não matei

Eu não dei ordem para matarem

Eu não roubei as bebidas dos deuses no Templo

Eu não roubei a comida dos deuses no Templo

Eu não forniquei

Eu não poluí meu corpo

Eu não menti

Eu não modifiquei as balanças para roubar de meus clientes…”


E assim por diante… A lista é enorme e pode ser lida na íntegra aqui: http://www.wsu.edu/~dee/EGYPT/BOD125.HTM


Mas então… o que representam estes 49 dias e os 10 mandamentos?

Os 49 dias (ou sete semanas) representam o 7×7, ou seja, cada uma das Esferas antes do Abismo presente dentro de cada uma destas mesmas esferas (Chesed, Geburah, Tiferet, Netzach, Hod, Yesod e Malkuth). Cada uma destas esferas representa um grau de consciência dentro da mente humana e uma egrégora que pode ser acessada (que as pessoas costumam chamar de DEUSES). As combinações entre estas sefirot geram os arquétipos universais das virtudes a serem trabalhadas dentro do autoconhecimento (lembram-se? “Conhece a ti mesmo e conhecerás os deuses e os mistérios do Universo“?).

Para quem acha que esta alegoria é apenas bíblica, devemos lembrar que nos textos babilônicos, Ereshkigal (“A grande senhora dos reinos interiores”) precisava atravessar 49 portais até se purificar… Dentro destas sete câmaras, ela atravessava sete portais, dominando o demônio protetor de cada portal. A cada câmara, ela perdia um de seus véus, até chegar nua no final dos 49 portões.

A título de curiosidade, cada um destes véus representava uma das sephirot e possuía uma cor específica (branco, roxa, laranja, verde, amarelo, vermelho e azul). Estes véus eram despidos durante uma dança ritualística realizada por uma sacerdotisa de Ereshkigal, Inanna, Ishtar, Vênus e outras deusas sagradas do Templo Lunar, em um ritual que misturava alegoria com meditação, o que deu origem à famosa “Dança dos sete véus” e, muitos séculos depois, graças ao gado, ao strip-tease vulgar. Para saber mais sobre Templos Lunares, Templos Solares e Magia Sexual, consulte os textos antigos da coluna.

Sidarta Gautama também medita durante 49 dias à sombra de uma figueira, até atingir a Iluminação. Coincidência? Teria o Buda lido a bíblia?

Jesus passa 49 dias no deserto sendo tentado pelo demônio. Mais tarde esta passagem foi “reduzida” para 40 dias por erros de tradução e adaptação bíblicos.

O profeta Maomé também retira-se para uma meditação de 49 dias no deserto, antes de escrever o Alcorão.

Dante Alighieri, um iniciado, em sua obra “Divina Comédia”, narra a descida pelos 7 níveis do Inferno até o castelo de Lúcifer (portador da Luz?), onde se inicia a subida pelos 7 níveis do Purgatório, até chegar aos portais do Céu.


O Sefirat Ha Omer (a contagem do Omer)

Parte 1 - Chesed

Cada ano a contagem começa em um dia diferente, dependendo de Passach. A contagem em 2009 começa na noite do dia 9/04 (Quinta-feira agora). A partir deste dia, estudiosos e estudantes de Kabbalah e das tradições judaicas do mundo inteiro estarão unidos em uma grande e poderosa egrégora que durará 49 dias, consistindo de 49 meditações e exercícios de autoconhecimento a serem realizados durante o dia. O tio Marcelo irá passar a versão light destas meditações para vocês. Estes exercícios podem ser feitos independentemente da sua religião (até mesmo por ateus!). Para entrar em contato com a Egrégora, tudo o que você precisará fazer é separar 5 minutos diários para uma pequena meditação:

- Procure um local onde não será perturbado.

- Faça uma pequena prece ou algumas respirações profundas para relaxar e afastar-se dos problemas mundanos.

- Faça a contagem do Omer dizendo (não precisa ser em voz alta, mas é importante verbalizar!) “Hoje é o Primeiro dia do Omer – Chesed em Chesed“. A cada dia, conte o dia correspondente e as sefirot correspondentes. Esta é a chave de conexão com a Egrégora. Mentalize as cores das esferas relacionadas com o dia dentro da Árvore da Vida.

- Leia o texto referente ao dia da contagem do Omer e medite sobre como aquelas virtudes poderiam ser utilizadas por você durante sua vida profana. Como estes sentimentos se manifestam em você e o que você pode fazer para colocá-los efetivamente em prática. Algumas pessoas podem fazer pequenos textos em seus grimórios, anotações, desenhos ou até mesmo temas para posts em blogs também, se desejarem.

- O autoconhecimento é um trabalho árduo, porque exige que olhemos para dentro de nós mesmos e de nossos defeitos. Você pode mentir para qualquer pessoa, menos para si mesmo e justamente por isto, o trabalho de lapidação é tão difícil pois exige tratar com coisas que normalmente as pessoas gostam de manter debaixo do tapete. A maioria das pessoas não está preparada nem para admitir os próprios defeitos, que dirá se esforçar para corrigí-los.

- No dia seguinte, tente realizar o exercício proposto.

Assim durante os 49 dias… se você esquecer um dia, PERDEU… comece novamente no ano seguinte. Parece difícil… e SIM, é difícil. Como sempre falamos aqui na coluna, Ocultismo não é para curiosos, céticos de internet e outros preguiçosos mentais… Mas como estou passando a versão light para não-iniciados, se você esquecer algum dia não tem problema. Continue do dia onde parou, mas tente ser mais disciplinado. Vai ajudá-lo em outras partes da sua vida.


Dia 01 - Chesed de Chesed

Primeiro Dia

09/04/2009 – Quinta-Feira

Conte esta noite: “Hoje é 1 dia do ômer.”

Chesed de Chesed

Bondade na Bondade

Examine o aspecto amor do amor: a expressão do amor e seu nível de intensidade. Todos têm a capacidade de amar em seu coração. A questão é se e como o tornamos real e o expressamos.

Pergunte-se:

  • Qual é minha capacidade de amar outra pessoa?
  • É difícil para mim deixar que outra pessoa entre em minha vida?
  • Tenho espaço para mais alguém?
  • Concedo lugar para outra pessoa?
  • Estou temeroso de minha vulnerabilidade, de abrir-me e de ser magoado?
  • Como expresso amor?
  • Sou capaz de comunicar meus verdadeiros sentimentos?
  • Refreio expressões de amor por temer a reação do outro?
  • Ou pelo contrário: expresso demais, cedo demais?
  • Os outros entendem mal minhas intenções?
  • A quem eu amo?
  • Amo apenas aqueles com quem me relaciono e que se relacionam comigo?
  • Tenho a capacidade de amar um estranho, de emprestar uma mão amiga a alguém que não conheço?
  • Expresso amor apenas quando é cômodo?
  • Por que tenho problemas com amor e o quê posso fazer sobre isso?
  • Meu amor inclui os outros seis aspectos de chesed, sem os quais o amor seria distorcido e incapaz de se realizar verdadeiramente?

Exercício para o dia:

--Encontre uma maneira nova de expressar seu amor por um ente querido.


Dia 02 - Geburah de Chesed

Segundo Dia

10/04/2009 – Sexta-Feira

Conte esta noite: “Hoje são 2 dias do ômer.”

Geburah de Chesed

Disciplina na Bondade

Amor saudável deve sempre incluir um elemento de disciplina e discernimento: um grau de distanciamento e respeito pelo outro, uma avaliação da capacidade do outro de conter seu amor. O amor deve ser moderado e conduzido apropriadamente. Pergunte a um pai que, em nome do amor, tenha mimado seu filho; ou alguém que sufoque o cônjuge com amor e não permite que o outro tenha seu próprio espaço. Amor com discrição é necessário para evitar dar àqueles que o usariam para perpetuar um comportamento negativo.

  • Meu amor é suficientemente disciplinado?
  • Os outros tiram vantagem de minha natureza generosa?
  • Estou ferindo os outros, ao tornar-me sua muleta em nome do amor?
  • Estou magoando meus filhos ao forçar sobre eles meu sistema de valores porque os amo tanto?
  • Respeito aqueles a quem amo ou meu amor é egoísta?
  • Sou sensível aos seus sentimentos e atitudes?
  • Vejo a pessoa que amo como uma extensão de mim mesmo e minhas necessidades?
  • Levo em consideração a capacidade de meu parceiro para receber amor antes que eu o dê?
  • Meu amor é dado de forma apropriada?
  • A chuva é uma bênção apenas porque cai em gotas que não inundam os campos.

Exercício para o dia:

--Ajude os outros nos termos deles… não nos seus. Concentre-se nas necessidades dos outros, mesmo se demandar esforço.


Dia 03 - Tiferet de Chesed

Terceiro Dia

11/04/2009 – Sábado

Conte esta noite: “Hoje são 3 dias do ômer.”

Tiferet de Chesed

Compaixão, Harmonia na Bondade

Harmonia no amor é algo que mescla tanto os aspectos Chesed como Guevurá do amor. Amor em harmonia inclui empatia e compaixão. O amor é freqüentemente concedido na expectativa de receber amor em retorno. O amor compassivo é dado livremente; nada espera em troca – mesmo quando o outro não merece amor. Tiferet é dar também àqueles que o magoaram. Reconhece a disciplina da Guevurá e, mesmo assim, clama por amor compassivo para todos.

Exercício para o dia:

--Ofereça uma mão amiga a um estranho.


Dia 04 - Netzach de Chesed

Quarto Dia

12/04/2009 – Domingo

Conte esta noite: “Hoje são 4 dias do ômer.”

Netzach de Chesed

Tolerância na Bondade

  • Meu amor é tolerante?
  • Meu amor suporta reveses e contratempos?
  • Concedo amor e seguro amor dependendo de meus humores ou sou constante, independente dos altos e baixos da vida?
  • Tenho boa vontade em trabalhar meus relacionamentos e lutar pelo amor que tenho?
  • Meu amor tem espírito e valor?
  • Posso ser confiável, tanto nas horas boas como nas más?

Exercício para o dia:

--Reassegure alguém da constância de seu amor.


Dia 05 - Hod de Chesed

Quinto Dia

13/04/2009 – Segunda-Feira

Conte esta noite: “Hoje são 5 dias do ômer.”

Hod de Chesed

Humildade na Bondade

Você pode freqüentemente ficar “travado” no amor, incapaz de perdoar o ser amado ou curvar-se e comprometer sua posição. Hod introduz o aspecto da humildade no amor; a habilidade de elevar-se acima de si mesmo e perdoar ou ceder à pessoa que ama, apenas pelo mérito do amor, mesmo se você está convencido que está certo. Amor arrogante não é amor verdadeiro.

  • O amor me humilha?
  • Sou arrogante, apesar disso – ou às vezes porque – tenho a capacidade de amar?
  • Percebo que a habilidade de amar vem de um lugar mais grandioso e elevado, de D’us ?
  • Sabendo que o amor vem de D’us, entro no amor com humildade total, reconhecendo o grande privilégio de ser capaz de amar?
  • Percebo que através do amor, recebo mais do que dou?
  • Aprecio a pessoa que amo por causa disso?

Exercício para o dia:

--Engula seu orgulho e reconcilie-se com uma pessoa querida com a qual se desentendeu.


Dia 06 - Yesod de Chesed

Sexto Dia

14/04/2009 – Terça-Feira

Conte esta noite: “Hoje são 6 dias do ômer.”

Yesod de Chesed

Compromisso na Bondade

Para que o amor seja eterno, é necessário um compromisso; um senso de união que torna o amor verdadeiro pelo esforço conjunto. Amor eterno requer uma conexão íntima, proximidade e apego, de tal forma que beneficie ambas as partes. Este vínculo produz frutos; os frutos nascidos de uma união saudável.

Exercício para o dia:

--Comece a erigir algo construtivo junto com alguém que você ama.


Dia 07 - Malkuth de Chesed

Sétimo dia

15/04/2009 – Quarta-Feira

Conte esta noite: “Hoje são 7 dias que perfazem 1 semana, do ômer.”

Malkuth de Chesed

Nobreza na Bondade

Amor maduro vem junto – e traz – dignidade pessoal, um sentimento íntimo de nobreza e realeza. Permite que você conheça seu lugar especial e contribua para este mundo. Qualquer amor que seja desmoralizante e abata o espírito humano não é amor, de forma alguma. Pois o amor, para ser completo, deve ter a dimensão da soberania pessoal, um senso de liberdade e domínio sobre as forças que denigrem o amor total.

Exercício para o dia:

--Realce um aspecto em seu amor que tenha alentado seu espírito e enriquecido sua vida… e comemore!