Ordem Kabbalística da Rosa-Cruz: Difference between revisions
(Created page with '150px|right A Ordem Kabbalística da Rosa-Cruz (OKRC, OKR+C, Ordem Kabbalística da Rosa-Cruz ou Ordem Cabalística da Rosa-Cruz) é uma Tradição Hermética…') |
No edit summary |
||
(One intermediate revision by the same user not shown) | |||
Line 1: | Line 1: | ||
[[image: | [[image:Okrc.jpg|200px|right]] | ||
A Ordem Kabbalística da Rosa-Cruz (OKRC, OKR+C, Ordem Kabbalística da Rosa-Cruz ou Ordem Cabalística da Rosa-Cruz) é uma Tradição Hermética Rosa-Cruz que foi fundada em Paris, por volta de 1888. O Marquês [[Stanislas de Guaita]] foi seu primeiro Grande Mestre. Esta ordem misteriosa é uma das raras Ordens da nossa época que soube preservar os segredos dos seus rituais iniciáticos. | A Ordem Kabbalística da Rosa-Cruz (OKRC, OKR+C, Ordem Kabbalística da Rosa-Cruz ou Ordem Cabalística da Rosa-Cruz) é uma Tradição Hermética Rosa-Cruz que foi fundada em Paris, por volta de 1888. O Marquês [[Stanislas de Guaita]] foi seu primeiro Grande Mestre. Esta ordem misteriosa é uma das raras Ordens da nossa época que soube preservar os segredos dos seus rituais iniciáticos. | ||
Line 68: | Line 68: | ||
[[category:Ordens Iniciáticas]] | [[category:Ordens Iniciáticas]] | ||
[[category:Kabbalah]] | |||
[[category:Rosacruz]] | |||
[[category:1801-1900]] |
Latest revision as of 10:01, 4 June 2010
A Ordem Kabbalística da Rosa-Cruz (OKRC, OKR+C, Ordem Kabbalística da Rosa-Cruz ou Ordem Cabalística da Rosa-Cruz) é uma Tradição Hermética Rosa-Cruz que foi fundada em Paris, por volta de 1888. O Marquês Stanislas de Guaita foi seu primeiro Grande Mestre. Esta ordem misteriosa é uma das raras Ordens da nossa época que soube preservar os segredos dos seus rituais iniciáticos.
Os seus membros têm honrado a sua estrutura tradicional, e a séria importância da sua formação. Esta atitude de respeito tem permitido a Ordre Kabbalistique de la Rose+Croix a sobreviver sem corrupção através dos séculos até a nossa era atual. A OKRC é uma herança equilibrada que inclui aspectos das filosofias do Martinismo, da Rose+Croix, da Kabbala e do Hermetismo. É uma estrutura internacional, representando indivíduos por toda parte do mundo. A OKRC não é somente uma escola filosófica ou simbólica. Desde seu início, o seu objetivo primário tem sido de ensinar e de iniciar os Seres de Desejo: homens e mulheres que tenham um desejo ardente de progredir ao longo do caminho da Grande Obra.
O percurso nessa Ordem se inicia por uma recepção martinista, iniciando os candidatos aceitos a Superiores Incógnitos (S.˙. I.˙.). Como Saint-Martin a queria e a instituiu, ela é a abertura da porta da alma, um verdadeiro compromisso moral sem o qual toda busca iniciática será fadada ao fracasso, com cada um continuando a ser provado e arrastado pelas paixões humanas. É somente depois dessa primeira Iniciação que uma formação autêntica pode se estabelecer a respeito dos mistérios da tradição ocidental.
Isto é o que foi a Ordem e o que continua sendo ainda hoje.
"Que desperte em ti a memória da tua origem divina, a fim de que ela te guie ao caminho Sagrado do retorno!"
Origem
Do século XVIII até à nossa época, o Sudoeste da França desempenhou um papel importante no mundo Hermético. Foi o lugar de nascimento de correntes religiosas famosas derivadas do Gnosticismo, dos elevados graus ocultos da Franco-Maçonaria e de várias escolas Rosicrucianas e Kabbalísticas.
Esta região é a residência do ponto de origem incontestável das sociedades iniciáticas ocidentais.
Em torno de 1800, as correntes Rosa+Cruzes do Sudoeste da França permitiram o reencontro entre a tradição mística e simbólica alemã e as correntes herméticas mediterrâneas. Por este intercâmbio, a Rosa+Cruz da qual falamos concentrou seus trabalhos sob o ritual, a alquimia, a astrologia e uma certa forma de teurgia.
Em 1884 o Marquês Stanislas de Guaita recebeu a transmissão da corrente hermética da Rosa+Cruz, seus ensinamentos e a missão de despertar a Ordem 111 anos depois do nascimento da fraternidade da Rosa+Cruz Dourada Alemã desde suas origens, em 1777. Esta foi a Ordem Kabbalística da Rosa-Cruz, dirigida por um Conselho Supremo composto por 12 membros, seis dentre eles permanecem Incógnitos.
Ocultistas famosos da OKRC
- Stanislas de Guaita, como Primeiro Grande-Mestre,
- Papus (Gerard Encausse) restaurador do Martinismo,
- Paul Adam (1862-1920),
- Jollivet-Castelot,
- Victor-Emile Michelet (1861-1938),
- Erik Satie,
- Claude Debussy.
A Ordem Kabbalística da Rosa-Cruz foi uma inspiradora contínua das correntes espirituais Ocidentais. Nós nos encontramos à frente de um paradoxo que nos coloca dentro da mais pura tradição do Ocidente: Uma cisão essencialmente cultural e espiritual da Ordem, um Segredo sobre os Ritos perfeitamente conservado pelos iniciados e uma aprendizagem clássica e ritualística de grande qualidade. É dentro deste espírito que foi concebida a Ordem e que continuou a se perpetuar sobre um plano exterior e interior (ou oculto), no seio do Colégio Invisível dos seis Irmãos da Ordem e do Patriarca Rosa-Cruz, dirigente desse grupo.
Até Jean Bricaud (1919) o Patriarca Rosa-Cruz era ao mesmo tempo o Grande-Mestre da Ordem Exterior. Depois dele, a Ordem Exterior cessa de existir da mesma forma (ao mesmo tempo). A transmissão de Grande Mestre não é mais do que honorífica e associada a certas responsabilidades dentro da Franco-Maçonaria Egípcia, do Martinismo e do Gnosticismo.
Sobre o plano da Ordem Interior, a sucessão ininterrupta foi sempre transmitida com o mesmo zelo exigido pela Ordem Rosa-Cruz Original e na região que tinha sempre sido o crisol (cadinho) do Hermetismo Rosa-Cruz: o Sudoeste da França.
Jean Bricaud por sua vez, Grande Patriarca Rosa-Cruz e Grande-Mestre Exterior da Ordem, transmitiu o Cargo Oculto à L.-M. F. G. (1921), religioso. J. B. fez seu sucessor e P. T., o Grande Patriarca Rosa-Cruz. Foi em seguida a uma reunião Martinista em sua presença, que ele divulgou sua origem oculta e alguns objetos ritualísticos marcando esta transmissão àquele que iria assumir tal posto (responsabilidade): Jean-Louis de Biasi.
Os objetos Martinistas e Rosa-Cruzes podiam de novo iluminar os antigos Mestres Passados da Ordem.
Graus
Grau do Limiar
O grau de S.˙. I.˙. constitui o fundamento moral e espiritual da Ordem. Ele é o pré-requisito. Nós conhecemos a formação que adquiriu Louis-Claude de Saint-Martin ao lado de seu mestre Martinès de Pasqually. Alguns anos após a morte desse último, ele funda uma “pequena escola em Paris”. Essa sociedade (comunidade) tem por objetivo a mais pura espiritualidade. Ele integra as doutrinas de Martinès com as suas, e instaura como único grau aquele de S.˙. I.˙.. Esse título era a qualificação distintiva da dignidade suprema dos membros do Tribunal Superior da Ordem dos Elus-Cohens. Na maior parte das sociedades secretas a iniciação se fazia por graus. Aqui Saint-Martin optou instaurar uma transmissão antes de tudo moral e espiritual. Ele tratou de receber a Chave que abre a porta interior da alma pela qual nos comunicamos com as esferas do Espírito. A essas alturas, nenhuma condição, nenhum estado intermediário. Somente eram requisitados uma manifestação do desejo, um engajamento da alma e a revelação de uma vontade sincera, honesta. Eis o que foi a Ordem Martinista nas origens. Foi necessário esperar Papus e seus sucessores para que nascesse uma vontade de fazer do martinismo uma ordem estruturada em graus, conduzindo à única iniciação transmitida por Saint-Martin. A Ordre Kabbalistique de la Rose-Croix tem sempre considerado esse grau como pré-requisito moral à formação empreendida. Mas não é necessário, nesse caso, se fazer uma Ordem. Esse grau é, portanto, capital e fundamental, e paradoxalmente não necessita de uma formação teórica mínima. Ele é espiritual e constitui uma diligência interior indestrutível. Na seqüência desse compromisso, a formação poderá desenrolar-se saudavelmente.
Graus de Capítulo
Primeiro grau
O primeiro grau mergulha suas raízes bem além do século XVIII. Por sua natureza ao mesmo tempo, cavalheiresca, cabalística e hermética, ele se insere no prolongamento da Cabala judaico-cristã, estruturando seu rito e sua filosofia sobre as obras fundamentais e os princípios desse corrente. É um bom exemplo desse equilíbrio entre as tradições herméticas mais autênticas e uma preocupação de humanismo e de virtude moral que se associam de uma maneira muito estreita. A estrutura de seu potente ritual de iniciação repousa entre outros sobre a árvore sephirótica, o livro do Sépher Yetzirah e envolve o iniciado na totalidade do seu ser.
Segundo grau
O Segundo Grau se enraíza naquilo que é conveniente chamar de cabala cristã da renascença, que alguns chamam igualmente de Hermestismo renovado. A redescoberta pela escola neoplatônica de Florença dos corpos filosóficos e as iniciações da Antigüidade, deram nascimento a uma rica interpretação simbólica e ritualística do mundo e do percurso iniciático. Os traços exotéricos são numerosos, tanto nos artistas que tiveram estado em contato com esse movimento, assim como os escritores, tais como: Dante, Campanella, Giordano Bruno, etc. Sobre o plano esotérico, esse grau se insere, sem dúvida nenhuma, nessa afiliação espiritual que parece bem uma herança remota das iniciações de origem pitagórica, eleusiana, ou mesmo mitraica.
Terceiro grau
O Terceiro Grau resume, prolonga e conserva a busca do iniciado para o berço das iniciações que perseguem o esoterismo ocidental depois da Renascença. Os textos ritualísticos utilizados reativam aqui, de maneira incontestavelmente autêntica e completa, o que foram os Mistérios ou Iniciações na origem da Tradição hermetista da Alexandria e de Atenas.
Grande capítulo
Quarto grau: Patriarca R+C
Os Patriarcas R+C são os irmãos e irmãs que seguiram o percurso dos graus da Ordem, tendo sido iniciados responsáveis por Capítulos. Estudam e experimentam os aspectos avançados da Ordem.
Bibliografia
- de BIASI, Jean-Louis. Cabala Teúrgica - A Tradição das Escolas Iniciáticas da Antiguidade. Editora Madras (2009). ISBN: 978-85-370-0525-5.
- de GUAITA, Stanislas. No Umbral do Mistério. Editora Martins Fontes. ISBN: 8533608039
- SABLÈ, Erik. Dicionário dos Rosa-Cruzes. Editora Madras (2006). ISBN: 85-3700-059-0
- Mcintosh, Christopher. Os Mistérios da Rosa-Cruz. Coleção GNOSE, Nr. 20. Editora Ibrasa (1998). ISBN 8534810737. EAN 9788534810739.