Reflexões sobre a consciência – Parte III: Difference between revisions

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<em>Meditação: consiste na prática de focar a atenção, freqüentemente formalizada em uma rotina específica. É comumente associada a religiões orientais. Há dados históricos comprovando que ela é tão antiga quanto a humanidade. Não sendo exatamente originária de um povo ou região, desenvolveu-se em várias culturas diferentes e recebeu vários nomes, floresceu no Egito (o mais antigo relato), Índia, entre o povo Maia, etc.</em>
<em>Meditação: consiste na prática de focar a atenção, freqüentemente formalizada em uma rotina específica. É comumente associada a religiões orientais. Há dados históricos comprovando que ela é tão antiga quanto a humanidade. Não sendo exatamente originária de um povo ou região, desenvolveu-se em várias culturas diferentes e recebeu vários nomes, floresceu no Egito (o mais antigo relato), Índia, entre o povo Maia, etc.</em>
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Os filósofos gregos já compreendiam que o autoconhecimento era um caminho tão infinito quanto o conhecimento da natureza a nossa volta. De lá para cá, descobrimos coisas surpeendentes no espaço profundo: luas, planetas, cometas, estrelas, galáxias, buracos negros... Porém também descobrimos que podem existir tantos neurônios no cérebro quanto há estrelas no céu de nosso horizonte cósmico. E, assim como a física de partículas esbarra no exotismo da mecanica quântica, e na sólida possibilidade de que 96% da matéria do universo nos seja absolutamente desconhecida, e mesmo que ele possa ser governado por minúsculas cordas a vibrar em espaços "infinitamente pequenos", talvez o estudo aprofundado e científico da consciência nos venha a revelar aspectos da natureza tão supreendentes e elegantes quanto esses... Talvez estejamos hoje em uma era em que, pela primeira vez, poderemos começar a escrever o manual de nós mesmos de forma igualmente subjetiva e objetiva. Pois estamos cada vez mais perto do observador em nós, do "eu profundo", do que quer que seja que comande absolutamente tudo o que fazemos - pois somos tudo aquilo o que pensamos, percebemos e eventualmente compreendemos.
Os filósofos gregos já compreendiam que o autoconhecimento era um caminho tão infinito quanto o conhecimento da natureza a nossa volta. De lá para cá, descobrimos coisas surpeendentes no espaço profundo: luas, planetas, cometas, estrelas, galáxias, buracos negros... Porém também descobrimos que podem existir tantos neurônios no cérebro quanto há estrelas no céu de nosso horizonte cósmico. E, assim como a física de partículas esbarra no exotismo da mecanica quântica, e na sólida possibilidade de que 96% da matéria do universo nos seja absolutamente desconhecida, e mesmo que ele possa ser governado por minúsculas cordas a vibrar em espaços "infinitamente pequenos", talvez o estudo aprofundado e científico da consciência nos venha a revelar aspectos da natureza tão supreendentes e elegantes quanto esses... Talvez estejamos hoje em uma era em que, pela primeira vez, poderemos começar a escrever o manual de nós mesmos de forma igualmente subjetiva e objetiva. Pois estamos cada vez mais perto do observador em nós, do "eu profundo", do que quer que seja que comande absolutamente tudo o que fazemos - pois somos tudo aquilo o que pensamos, percebemos e eventualmente compreendemos.


Bibliografia recomendada: "A doutrina de buda" de Siddharta Gautama (ed. Martin Claret); "O espírito e o tempo" de [[J. Herculano Pires]] (ed. Paidéia); "O livro dos espíritos" de [[Allan Kardec]] (ed. Lake); "O que acontece quando morremos" de Sam Parnia (ed. Larousse).   
Bibliografia recomendada: "A doutrina de buda" de Siddharta Gautama (ed. Martin Claret); "O espírito e o tempo" de [[J.Herculano Pires]] (ed. Paidéia); "O livro dos espíritos" de [[Allan Kardec]] (ed. Lake); "O que acontece quando morremos" de Sam Parnia (ed. Larousse).   


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Artigo original do Blog Textos para Reflexão

Foto por Younglings/Flickr

Meditação: consiste na prática de focar a atenção, freqüentemente formalizada em uma rotina específica. É comumente associada a religiões orientais. Há dados históricos comprovando que ela é tão antiga quanto a humanidade. Não sendo exatamente originária de um povo ou região, desenvolveu-se em várias culturas diferentes e recebeu vários nomes, floresceu no Egito (o mais antigo relato), Índia, entre o povo Maia, etc.

Manual de nós mesmos

Os adeptos da meditação budista usam técnicas de "observação" da mente desenvolvidas há mais de 2.500 anos pelo filósofo indiano Siddharta Gautama, mais conhecido como Buda. O objetivo dessas técinicas é dobrar a mente sobre si mesma e observá-la em ação. De acordo com os budistas, tal introspecção pode oferecer visões sobre a natureza da mente, da realidade e do mistério da consciência. Tais declarações tradicionalmente não seduzem os cientistas e a insistência deles por provas objetivas. Contudo, monges budistas bastante treinados vêm se encontrando com cientistas para invesigar a natureza da consciência.

Segundo o budismo e outras vertentes da sabedoria oriental, nossa mente está tão absorta pelo passado e suas memórias, e o futuro e suas expectativas, que raramente conseguimos viver o momento presente: o que, ironicamente, é o único momento que nós temos para viver... Uma das formas de compreendermos como "viver no presente" envolve a compreensão correta de que tudo no mundo é o resultado de uma grande confluência de causas e condições, e todas as coisas do mundo desaparecem quando estas causas e condições deixam de existir - o chover, o soprar dos ventos, o vicejar das plantas, o amadurecer e fenecer das folhas são fenômenos relacionados às causas e condições; uma criança nasce, tendo por condições os pais; seu corpo é nutrido de alimentos, sua mente educa-se com os ensinamentos e experiências - Assim, o corpo e a mente se relacionam às condições e variam quando elas se alteram. Assim como uma rede é confeccionada com uma série de nós, tudo neste mundo poussi também uma série de vínculos. Ação gera reação: se alguém pensar que a malha de uma rede é coisa independente ou isolada, estará equivocado.

Quando "esvaziamos" a mente de suas memórias recorrentes do passado (incluindo as frustações), assim como de seus desejos e expectativas ante o futuro (incluindo os medos), podemos então dobrar a mente sobre si mesma e, de certa forma, visualizarmos em primeira mão um pouco do que somos realmente: o "eu profundo" que opera nos bastidores do "teatro mental", que organiza a inconsciência e que realmente faz as escolhas que meio segundo depois chegam a nossa consciência (e que acreditamos que decidimos de forma inteiramente consciente). Há muitos no ocidente que não compreendem as vantagens de se "perder tanto tempo" parado, meditando, "pensando em nada", quando afinal há tantos problemas e desafios a serem resolvidos no mundo... Um budista diria que há "ação na incação": da mesma forma que um adolescente pode estar ao mesmo tempo vendo TV, ouvindo música e conversando com amigos em inúmeros países, sem no entanto estar realmente focado em alguma coisa mais profunda (como, por exemplo, o sentido de sua vida ser bombardeada por tantas informações irrelevantes ou, talvez, o sentido de se ter o desejo de operar exatamente como outros adolescentes em novelas e comerciais de TV), um monge praticando meditação transcendental pode estar "organizando as coisas" em sua mente de uma maneira tão profunda que, quando "desperto", viverá o presente e o lado profundo da vida, e não perderá tanto tempo com superficialidades que ele sabe - não lhe trarão nenhum tipo de benefício real na compreensão da existência.

Tudo o que somos, nosso "eu profundo" e as diversas máscaras e construtos de personalidade que ele utliza para a vida em sociedade, tal qual peças de um "teatro mental", se resume ao que quer que seja que comande o processo de consciencia e a análise e reenvio de informações (escolhas simples ou complexas) ao cérebro, que somente então se encarrega de retransmiti-los ao resto do corpo por impulsos nervosos - sabemos, portanto, onde o cérebro está ativo em dado momento, conseguimos verificar por quais "fios" passa a corrente elétrica dos pensamentos, mas até hoje falhamos miseravelmente em identificar a "usina mental", aquela que realmente gera os pensamentos (ou os recebe da consciência).

Segundo as pesquisas em parapsicologia, a consciência e os pensamentos podem não estar absolutamente limitados em nosso próprio cérebro: se pensamentos são correntes elétricas que ocorrem entre neurônios, mas que não sabemos de onde realmente vem, pode ser que certos fenômenos possam ser explicados por pensamentos que, além de atuar nos neurônios do cérebro original, possam ser transmitidos a outras consciências, como "ondas de rádio-mental", e captadas por aqueles que tem a "sensibilidade" mais apurada. A percepção extra-sensorial (PES) seria a forma como tais consciências "pegariam no ar" essas ondas, quase que como pequenas antenas mentais, e poderiam receber informações a distância de forma não-convencional, ou pelo menos sem a necessidade de utilizar qualquer tipo de tecnologia desenvolvida pela ciência. A mente humana já seria, desde épocas remotas, a tecnologia mais apurada de que dispomos. A parapsicologia procura então decifrar e compreender fenomenos como a empatia (transmissões mente a mente de percepções emocionais, a mais comum), telepatia (transmissões mente a mente de informações) e clarividência (idem, porém a fonte seria o meio ambiente em si).

A maioria dos parapsicólogos, atualmente, espera que estudos adicionais venham finalmente explicar essas anomalias em termos científicos, apesar de não estar claro se eles podem ser completamente compreendidos sem expansões significativas (poderia se dizer revolucionárias) do estado atual do conhecimento científico. Outros pesquisadores assumem a posição de que modelos científicos já existentes, tais como os de percepção e de memória, são adequados para explicar alguns dos fenômenos parapsicológicos.

Segundo o espiritismo e outras doutrinas espiritualistas, a consciência nada mais seria do que uma forma de interação entre o espírito e o corpo, onde o primeiro comanda e o último, através dos pensamentos, é comandado. Embora muitos leigos acreditem que tais teorias afirmam que o espírito seria imaterial, na verdade, assim como Elahi deduziu, as teorias modernas afirmam que o espírito é incorpóreo, mas não imaterial - é formado por matéria sutil, "fluida", que até hoje não foi detectada pela ciência. O espírito, o verdadeiro "eu profundo", seria a entidade que faria as escolhas e as "encaminharia" ao cérebro. Para tal, se valeria tanto das memórias conscientes quanto das inconscientes, e através do processo da consciência, canal de "ida e volta", analisaria as informações sensoriais recebidas (a "ida", como por exemplo: uma criança está presa em um prédio em chamas), checaria de forma quase instantânea todo o histórico de decisões tomadas no passado, elaborando uma espécie de "tendência moral" a ser aplicada para aquele input de informações em específico, e responderia o comando, a escolha tomada (a "volta", como por exemplo: "eu sei que o amor é a maior fonte de felicidade do mundo, então vale a pena arriscar a vida para salvar a crinaça"; ou talvez: "é muito arriscado entrar no prédio em chamas, além do mais irei me aposentar em 2 anos e tenho direito a um descanso..."). Vale ressaltar, nesse exemplo, que talvez a análise de "tendência moral" seja quase instantânea porque o espírito mantém essa informação "constantemente atualizada", motivo exato pelo qual existiria aí o livre-arbítrio: a real capacidade de tomar decisões complexas e morais por influência própria, e não de algum processo quântico aleatório, ou da reação previamente determinada de certas partículas no cérebro.

Obviamente as teorias espiritualistas não param por aí, e a quase totalidade delas (pelo menos as destituidas de dogmas e/ou manuais infalíveis) defende que os espíritos podem existir ainda antes do nascimento, assim como após a morte - seriam absolutamente independentes do corpo. Embora a ciência "esbarre" em tais possibilidades nos estudos das EQMs (Experiências de Quase Morte) ou em pesquisas de casos de crianças que se lembram de vidas passadas, é desnecessário dizer que a teoria da reencarnação afasta muitos cientistas, céticos, e principalmente materialistas, do estudo sério dessa possibilidade de explicação para o processo de consciência.

Os filósofos gregos já compreendiam que o autoconhecimento era um caminho tão infinito quanto o conhecimento da natureza a nossa volta. De lá para cá, descobrimos coisas surpeendentes no espaço profundo: luas, planetas, cometas, estrelas, galáxias, buracos negros... Porém também descobrimos que podem existir tantos neurônios no cérebro quanto há estrelas no céu de nosso horizonte cósmico. E, assim como a física de partículas esbarra no exotismo da mecanica quântica, e na sólida possibilidade de que 96% da matéria do universo nos seja absolutamente desconhecida, e mesmo que ele possa ser governado por minúsculas cordas a vibrar em espaços "infinitamente pequenos", talvez o estudo aprofundado e científico da consciência nos venha a revelar aspectos da natureza tão supreendentes e elegantes quanto esses... Talvez estejamos hoje em uma era em que, pela primeira vez, poderemos começar a escrever o manual de nós mesmos de forma igualmente subjetiva e objetiva. Pois estamos cada vez mais perto do observador em nós, do "eu profundo", do que quer que seja que comande absolutamente tudo o que fazemos - pois somos tudo aquilo o que pensamos, percebemos e eventualmente compreendemos.

Bibliografia recomendada: "A doutrina de buda" de Siddharta Gautama (ed. Martin Claret); "O espírito e o tempo" de J.Herculano Pires (ed. Paidéia); "O livro dos espíritos" de Allan Kardec (ed. Lake); "O que acontece quando morremos" de Sam Parnia (ed. Larousse).

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