Ordem da Jarreteira: Difference between revisions

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A Ordem da Jarreteira, cuja tradução correta seria antes Ordem da Liga (em inglês Order of the Garter) tal como em português tem o mesmo significado. Só assim se explicaria que esta ordem militar, criada por [[Edward III]] da Inglaterra com o espírito medieval de então e baseada nos nobres ideais da demanda ao Santo Graal e da corte do Rei Arthur, seja desde essa altura até aos dias de hoje a mais importante comenda do sistema honorífico do Reino Unido. Supõe-se que tenha sido criada para destacar os esforços da Inglaterra e aliados, nos quais se destacam nobres e reis portugueses, para conquistar a Terra Santa e um «Império Cristão» nas subsequentes cruzadas.
A Ordem da Jarreteira, cuja tradução correta seria antes Ordem da Liga (em inglês Order of the Garter) tal como em português tem o mesmo significado. Só assim se explicaria que esta ordem militar, criada por [[Edward III]] da Inglaterra com o espírito medieval de então e baseada nos nobres ideais da demanda ao Santo Graal e da corte do Rei Arthur, seja desde essa altura até aos dias de hoje a mais importante comenda do sistema honorífico do Reino Unido. Supõe-se que tenha sido criada para destacar os esforços da Inglaterra e aliados, nos quais se destacam nobres e reis portugueses, para conquistar a Terra Santa e um «Império Cristão» nas subsequentes cruzadas.


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Insígnia da Ordem da Jarreteira

A Ordem da Jarreteira, cuja tradução correta seria antes Ordem da Liga (em inglês Order of the Garter) tal como em português tem o mesmo significado. Só assim se explicaria que esta ordem militar, criada por Edward III da Inglaterra com o espírito medieval de então e baseada nos nobres ideais da demanda ao Santo Graal e da corte do Rei Arthur, seja desde essa altura até aos dias de hoje a mais importante comenda do sistema honorífico do Reino Unido. Supõe-se que tenha sido criada para destacar os esforços da Inglaterra e aliados, nos quais se destacam nobres e reis portugueses, para conquistar a Terra Santa e um «Império Cristão» nas subsequentes cruzadas.

A lenda conta que Eduardo III estava dançando com a Condessa de Salisbury numa grande festa da corte, quando esta deixou cair a sua jarreteira. Ao apanhá-la do chão e amarrá-la de volta à sua perna, o rei reparou que os presentes os fitavam com sorrisos e murmúrios. Irado, exclamou: «Honni soit qui mal y pense» ("envergonhe-se quem nisto vê malícia"), frase que se tornou o lema da ordem; disse ele ainda que tornaria aquela pequena jarreteira azul tão gloriosa que todos a haveriam de desejar. Sendo esta história verdadeira ou não, a Ordem da Jarreteira foi, de fato, criada por Edward III, o seu símbolo é uma jarreteira azul escuro, de rebordo dourado, em que aparecem inscritas, em francês, as palavras ditas pelo rei. Mas a verdade é que o seu símbolo era um cinto e que, depois de o sabermos, ainda o vemos lá.

Outra possibilidade, apresentada por alguns, é que a Ordem tenha tomado o seu nome do pendente ou jóia mostrada tradicionalmente nas representações de São Jorge. A insígnia da Ordem inclui um colar e uma insígnia pendurada, conhecida como Jorge, de ouro e esmalte, em que aparece São Jorge a cavalo, matando o dragão. Ainda existe uma segunda medalha, conhecida como Jorge menor.

O monarca reinante do Reino Unido é, enquanto soberano, sempre o grão-mestre da Ordem. Isso e desde a sua fundação, até 1786, como se de uma Távola Redonda se tratasse, eram sempre uma liga de 25 cavaleiros apenas nos quais ele se incluía[1]. Hoje, além do grão-mestre existem os cavaleiros reais (nos quais se inclui sempre o Príncipe de Gales, podendo o monarca ainda nomear vários membros da família real), os cavaleiros extranumerários (vários monarcas reinantes de países estrangeiros nomeados pelo monarca britânico) e os cavaleiros ou damas-companheiras (24 personalidades nomeadas pelo monarca britânico).

As nomeações são vitalícias e intransmissíveis (não são hereditárias). Quando falece um cavaleiro-companheiro os demais têm o dever de propor nomes de personalidades que considerem deter suficiente honra e merecimento para ocupar a vaga do falecido; contudo, a decisão final relativa à nomeação cabe de forma exclusiva e livre ao monarca britânico. Os cavaleiros são nomeados a 23 de Abril, dia de São Jorge, e o dia está associado com uma rosa vermelha, embora a cor de São Jorge seja azul, e é tradição vestir algo azul para a cerimónia. Nessa ocasião, deverá usar-se a jarreteira na perna esquerda, logo abaixo da cintura.

Os antigos arquivos da Ordem foram destruídos pelo fogo, embora se pense que em 1344 ou 1348 o rei Edward III tenha proclamado São Jorge como patrono da Inglaterra. Apesar do seu culto ter sido proibido à época da reforma, a capela de São Jorge, em Windsor (completada entre 1483 e 1528) manteve-se como sede da Ordem.

Denotando as boa ligação com a Casa Real Inglesa e uma estratégia comum há reis e príncipes infantes de Portugal assim como uns poucos fidalgos portugueses que tiveram a honra de serem agraciados com esta ordem. Dos primeiros temos D. João I, D. Duarte I, D. Pedro Duque de Coimbra, D. Henrique Duque de Viseu, D. Afonso V, D. João II, D. Manuel I, D. D. João VI e do últimos, não rei e não infante, apenas se confirma em absoluto D. Álvaro Vaz de Almada, conde de Avranches. Como extraordinário é a rainha consorte D. Filipa de Lencastre, mulher do primeiro rei aqui referido, também ter entrado nesta liga, pese embora o facto de ser igualmente princesa de Inglaterra.

No Brasil, o mais famoso membro da Ordem da Jarreteira foi o imperador D. Pedro II. Os trajes e a condecoração da Ordem da Jarreteira a ele pertencentes estão em exposição no Museu Imperial, em Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro.