Hexagrama 111011: Difference between revisions
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O hexagrama significa o poder do pequeno, do sombrio, que retém, amansa, freia. Na quarta posição, o lugar do ministro, há uma linha fraca que limita todas as demais linhas fortes. Sua imagem é a do vento soprando nas alturas do céu. Ele retém as nuvens, o sopro ascendente do Criativo, para que se condensem. Mas ainda não é suficientemente forte para transformá-las em chuva. O hexagrama apresenta uma configuração de circunstâncias na qual o forte é temporariamente contido pelo fraco. Uma tal situação só pode ter êxito através da suavidade.
características
- Número na Classificação de Rei-Wei: 09
- Número na Classificação de DelDebbio: 59 (32+16+8+0+2+1)
- Trigramas: Vento sobre Céu
julgamento
- O PODER DE DOMAR DO PEQUENO tem sucesso.
- Nuvens densas, nenhuma chuva vinda de nossa região oeste.
Esse simbolismo se refere às condições vigentes na China na época do Rei Wen. Oriundo do oeste, ele encontrava-se então no leste, na corte do poderoso tirano Chou Hsin. Ainda não era o momento para atuar em grande escala. Ele podia apenas conter o tirano, até certo ponto, através de uma persuasão amável. Por isso, a imagem de numerosas nuvens que prometem à terra umidade e bênçãos, sem que, por hora, chegue a haver chuva. A situação não é desfavorável. Há perspectivas de um sucesso final. Mas existem ainda obstáculos no caminho. Só se podem tomar medidas preparatórias. Pode-se exercer influência apenas através dos limitados recursos de persuasão amável. Ainda não é o momento para uma ação enérgica e em grande escala. Porém, dentro de certos limites, pode-se exercer uma influência uma que contenha e domestique. Para se realizar o propósito intencionado é necessário uma firme determinação interna e uma suave adaptabilidade externa.
imagem
- O vento percorre os céus: a imagem do PODER DE DOMAR DO PEQUENO.
- Assim o homem superior aperfeiçoa a forma externa de sua natureza.
O vento pode reunir as nuvens no céu, mas sendo apenas ar, sem corpo sólido, não é capaz de produzir efeitos grandiosos ou duradouros. Assim, em épocas em que não é possível uma grande atuação exterior, resta ao homem a possibilidade de aprimorar as expressões de seu ser mediante pequenas coisas.
Linhas móveis
linha móvel na primeira posição
- Retorno ao caminho. Como poderia haver culpa nisso?
- Boa fortuna.
É próprio à natureza do homem forte pressionar para adiante. Com isso, ele encontra obstáculos. Retorna então ao caminho próprio à sua situação no qual é livre para avançar ou recuar. É sábio e razoável não tentar obter as coisas através da violência e da força. Aplicado à natureza do assunto em pauta, isso trará boa fortuna.
linha móvel na segunda posição
- Ele deixa-se conduzir ao retorno.
- Boa fortuna.
Há um desejo de avançar, mas antes de prosseguir um homem vê, através do exemplo de seus semelhantes, que esse caminho está bloqueado. Num tal caso, quando o impulso para avançar não está de acordo com o tempo, o homem sensato e resulto não irá se expor a um fracasso pessoal, mas recuará com os companheiros que pensam como ele. Isso traz boa fortuna, pois assim ele não se expõe inutilmente.
linha móvel na terceira posição
- Os raios soltam-se da roda da carroça.
- O homem e a mulher viram os olhos.
Tenta-se aqui avançar violentamente, conscientes que o poder que bloqueia é fraco. Porém, como em virtude das circunstâncias é de fato o elemento fraco que detém o poder, essa tentativa de um ataque precipitado fracassará. Circunstâncias externas impedem o progresso, assim como uma carroça não pode avançar quando se soltam os raios de suas rodas. Ainda não se dá importância a essa indicação do destino e por isso surgem controvérsias desagradáveis, como uma discussão conjugal. Certamente essa não é uma condição propícia, pois, apesar das circunstâncias favorecerem o lado fraco em seus intentos, as dificuldades são numerosas demais para que se possa garantir um resultado feliz. Como consequência, o elemento forte não pode utilizar seu poder para exercer a influência correta sobre os que estão em seu poder. Ele foi rechaçado lá onde esperava uma vitória fácil e com isso, de certa forma, comprometeu-se.
linha móvel na quarta posição
- Se você é sincero
- o sangue desaparece e o medo afasta-se.
- Nenhuma culpa.
Se alguém se encontra numa situação difícil e de grande responsabilidade, como conselheiro de um homem poderoso, deve refreá-lo, para que prevaleça o que é correto. Nisso jaz um perigo tão grande que se pode temer até um derramamento de sangue. Mas o poder da verdade desinteressada é maior que todos esses obstáculos. Tamanho é seu impacto que o objetivo é atingido, desaparecendo o temor, assim como todo o perigo de derramamento de sangue.
linha móvel na quinta posição
- Se você é sincero e leal em sua aliança,
- será rico em seu semelhante.
A lealdade conduz a uma aliança firme, pois se fundamenta numa complementação entre as pessoas. No mais fraco, a lealdade consiste na devoção, e no mais forte, em ser digno de confiança. Essa complementação mútua conduz a uma verdadeira riqueza, que se manifesta plenamente quando o homem não a retém para si, mas procura compartilhá-la com o seu próximo. Alegria compartilhada, alegria redobrada.
linha móvel na sexta posição
- A chuva vem, o repouso chega.
- Isso se deve ao efeito duradouro do caráter.
- A mulher cai em perigo devido à perseverança.
- A lua está quase cheia.
- Se o homem superior persistir, o infortúnio virá.
O sucesso foi atingido. O vento juntou as nuvens, causando a chuva. Uma posição firme foi alcançada. Isso foi conseguido graças à acumulação progressiva de pequenos efeitos, resultantes da reverência a um caráter superior. Mas um tal sucesso, obtido pouco a pouco, exige muita cautela. Seria uma perigosa ilusão julgar que se pode fazer alarde de uma tal vitória. O princípio feminino, o elemento fraco que alcançou a vitória, não deve jamais se vangloriar de tal conquista, pois isso levaria ao perigo. O poder sombrio da lua é maior quando a lua está quase cheia. É no plenilúnio, quando a lua está em direta oposição ao sol, que se inicia, inexorável, o minguante. Em tais circunstâncias o homem deve se contentar com o que foi alcançado. Avançar mais ainda antes do momento apropriado levaria ao infortúnio.