III – Atributos da Divindade: Difference between revisions

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==10. O homem pode compreender a natureza íntima de Deus?===


==10. Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?==
— Não. Falta-lhe, para tanto, um sentido.


“Não; falta-lhe para isso o sentido.”
==11. Será um dia permitido ao homem compreender o mistério da Divindade?==


==11. Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade?==
— Quando o seu espírito não estiver mais obscurecido pela matéria e, pela sua perfeição, tiver se aproximado dela, então a verá e compreenderá.
“Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria.
Quando, pela sua perfeição, se houver aproximado
de Deus, ele o verá e compreenderá.


A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite
'''Comentário de Kardec: A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza intima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, á medida que o seu senso moral se desenvolve, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas e ele faz então, a seu respeito, uma idéia mais justa e mais conforme com a boa razão embora sempre incompleta.'''
compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade,
o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas
imperfeições lhe atribui; mas, à medida que nele se desenvolve o
senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas;
então, faz idéia mais justa da Divindade e, ainda que sempre
incompleta, mais conforme à sã razão.


==12. Embora não possamos compreender a natureza íntima de Deus, podemos formar idéia de algumas de suas perfeições?==
==12. Se não podemos compreender a natureza íntima de Deus, podemos ter uma idéia de algumas de suas perfeições?==


“De algumas, sim. O homem as compreende melhor à
— Sim, de algumas. O homem se compreende melhor, à medida que se eleva sobre a matéria; ele as entrevê pelo pensamento.
proporção que se eleva acima da matéria. Entrevê-as pelo
pensamento.


==13. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos idéia completa de seus atributos?==
==13. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, não temos uma idéia completa de seus atributos?==
“Do vosso ponto de vista, sim, porque credes abranger
tudo. Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência
do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem,
restrita às vossas idéias e sensações, não tem meios
de exprimir. A razão, com efeito, vos diz que Deus deve possuir
em grau supremo essas perfeições, porquanto, se uma
lhe faltasse, ou não fosse infinita, já ele não seria superior
a tudo, não seria, por conseguinte, Deus. Para estar acima
de todas as coisas, Deus tem que se achar isento de
qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a
imaginação possa conceber.”


Deus é eterno. Se tivesse tido princípio, teria saído do nada,
— Do vosso ponto de vista, sim, porque acreditais abranger tudo, mas ficai sabendo que há coisas acima da inteligência do homem mais inteligente, e para as quais a vossa linguagem, limitada às vossas idéias e às vossas sensações, não dispõe de expressões. A razão vos diz que Deus deve ter essas perfeições em grau supremo, pois, se tivesse uma de menos, ou que não fosse em grau infinito, não seria superior a tudo, e, por conseguinte, não seria Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus não deve estar sujeito a vicissitudes e não pode ter nenhuma das imperfeições que a imaginação é capaz de conceber.
ou, então, também teria sido criado, por um ser anterior. É assim
 
que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade.
'''Comentário de Kardec: Deus é ETERNO. Se ele tivesse tido um começo, teria saído do nada. ou. então, teria sido criado por um ser anterior. É assim que, pouco a pouco, remontamos ao infinito e à eternidade.'''
É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que
 
regem o Universo nenhuma estabilidade teriam.
'''É IMUTÁVEL. Se ele estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.'''
É imaterial. Quer isto dizer que a sua natureza difere
 
de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, ele não seria
'''É IMATERIAL. Quer dizer, sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria, pois de outra forma ele não seria imutável, estando sujeito às transformações da matéria.'''
imutável, porque estaria sujeito às transformações da matéria.
 
É único. Se muitos Deuses houvesse, não haveria unidade
'''É ÚNICO. Se houvesse muitos Deuses, não haveria unidade de vistas nem de poder na organização do Universo.'''
de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.
 
É onipotente. Ele o é, porque é único. Se não dispusesse
'''É TODO-PODEROSO. Porque é único. Se não tivesse o poder soberano, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto ele, que assim não teria feito todas as coisas. E aquelas que ele não tivesse feito seriam obras de um outro Deus.'''
do soberano poder, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso
 
quanto ele, que então não teria feito todas as coisas. As que não
'''É SOBERANAMENTE JUSTO E BOM. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores como nas maiores coisas, e esta sabedoria não nos permite duvidar da sua justiça, nem da sua bondade.'''
houvesse feito seriam obra de outro Deus.
É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das
leis divinas se revela, assim nas mais pequeninas coisas, como
nas maiores, e essa sabedoria não permite se duvide nem da
justiça nem da bondade de Deus.


==Capítulo I==
==Capítulo I==

Revision as of 19:19, 19 November 2010

10. O homem pode compreender a natureza íntima de Deus?=

— Não. Falta-lhe, para tanto, um sentido.

11. Será um dia permitido ao homem compreender o mistério da Divindade?

— Quando o seu espírito não estiver mais obscurecido pela matéria e, pela sua perfeição, tiver se aproximado dela, então a verá e compreenderá.

Comentário de Kardec: A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza intima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, á medida que o seu senso moral se desenvolve, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas e ele faz então, a seu respeito, uma idéia mais justa e mais conforme com a boa razão embora sempre incompleta.

12. Se não podemos compreender a natureza íntima de Deus, podemos ter uma idéia de algumas de suas perfeições?

— Sim, de algumas. O homem se compreende melhor, à medida que se eleva sobre a matéria; ele as entrevê pelo pensamento.

13. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, não temos uma idéia completa de seus atributos?

— Do vosso ponto de vista, sim, porque acreditais abranger tudo, mas ficai sabendo que há coisas acima da inteligência do homem mais inteligente, e para as quais a vossa linguagem, limitada às vossas idéias e às vossas sensações, não dispõe de expressões. A razão vos diz que Deus deve ter essas perfeições em grau supremo, pois, se tivesse uma de menos, ou que não fosse em grau infinito, não seria superior a tudo, e, por conseguinte, não seria Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus não deve estar sujeito a vicissitudes e não pode ter nenhuma das imperfeições que a imaginação é capaz de conceber.

Comentário de Kardec: Deus é ETERNO. Se ele tivesse tido um começo, teria saído do nada. ou. então, teria sido criado por um ser anterior. É assim que, pouco a pouco, remontamos ao infinito e à eternidade.

É IMUTÁVEL. Se ele estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.

É IMATERIAL. Quer dizer, sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria, pois de outra forma ele não seria imutável, estando sujeito às transformações da matéria.

É ÚNICO. Se houvesse muitos Deuses, não haveria unidade de vistas nem de poder na organização do Universo.

É TODO-PODEROSO. Porque é único. Se não tivesse o poder soberano, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto ele, que assim não teria feito todas as coisas. E aquelas que ele não tivesse feito seriam obras de um outro Deus.

É SOBERANAMENTE JUSTO E BOM. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores como nas maiores coisas, e esta sabedoria não nos permite duvidar da sua justiça, nem da sua bondade.

Capítulo I

I – Deus e O Infinito, II – Provas da Existência de Deus, III – Atributos da Divindade, IV – Panteísmo