Lilith, a Lua Negra – NOT: Difference between revisions

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Em 1930, o matemático Maurice Rougié introduziu o conceito de “Apocentro” (Ponto de uma órbita mais afastado do centro de atração, como o segundo ponto para se traçar uma elipse) e o calculou para a lua. Por influência de seus colegas astrólogos, acabou nomeando este ponto de “lilith”. Grande erro.
Em 1930, o matemático Maurice Rougié introduziu o conceito de “Apocentro” (Ponto de uma órbita mais afastado do centro de atração, como o segundo ponto para se traçar uma elipse) e o calculou para a lua. Por influência de seus colegas astrólogos, acabou nomeando este ponto de “lilith”. Grande erro.
[[image:10-06-29-Blackmoon_e.jpg|300px|right|thumb|Apocentro de Maurice Rougié]]


Em 1937, aproveitando a carona, a astróloga Ivy Goldstein-Jacobson publicou um livro chamado “The Dark Moon Lilith in Astrology” onde não apenas alava novamente sobre a tal lua, mas calculava as efemérides para ela, com base nos cálculos matemáticos sobre a lua.
Em 1937, aproveitando a carona, a astróloga Ivy Goldstein-Jacobson publicou um livro chamado “The Dark Moon Lilith in Astrology” onde não apenas alava novamente sobre a tal lua, mas calculava as efemérides para ela, com base nos cálculos matemáticos sobre a lua.

Latest revision as of 14:53, 10 December 2010

“No mapa astrológico,a Lua Negra, ou Lilith, simboliza um lado secreto e obscuro de nossa personalidade. Identificar e trazer à luz esses aspectos é fundamental para cultivar o autoconhecimento e alcançar a paz de espírito.

A influência da Lua sobre a vida e os traços de caráter é bem conhecida, mas a da Lua Negra, também chamada de Lilith, nem tanto. Na astrologia, da mesma forma que a Lua simboliza o inconsciente e as emoções, Lilith identifica uma porção mais profunda e desconhecida da alma, como um lugar inexplorado na face escura de nosso satélite.” BULLSHIT.

Em 1898, um astronomo alemão chamado Georg Waltermath afirmou ter descoberto através de cálculos a existência de uma segunda lua orbitando ao redor da Terra, dentro de um sistema composto de pequenas micro-luas. Em 1918, um astrólogo chamado Walter Gornold (conhecido como Sephariel) publicou um livro onde afirmava que esta “segunda lua” era toda negra, por isso não poderia ser visível da Terra porque ficava contra o fundo escuro das estrelas, mas que ele havia visto esta lua em certas observações contra o sol. Nomeou esta lua de “lilith” e afirmava que, por ela ser totalmente escura, representaria o “lado obscuro” da psique das pessoas, sendo de vital importância que todo mundo comprasse o livro dele para aprender mais sobre este astro que até então “não havia sido detectado”.

OK. Para uma primeira análise minimamente cética, cheira a bullshit. Quer dizer que os sacerdotes, astrólogos, astrônomos, magos, babilônicos, reptilianos, maias, incas, chineses, faraós, alquimistas e toda sorte de ocultistas e cientistas do planeta inteiro haviam observado os céus por mais de 7.000 anos e somente um “astrólogo” (entre aspas) não apenas havia detectado, mas também rapidamente já tinha toda uma explicação publicada a respeito das propriedades astrológicas deste astro?

Não seria minimamente esperado que os chineses, os egipcios, os maias ou os babilônicos tivessem feito pelo menos uma anotação sobre este “tão importante” astro? Umazinha que fosse?

As teorias de Gornold foram desprezadas pelos ocultistas sérios. Não há livros da Golden Dawn, Astrum Argentum ou Ordo Templi Orientis que a mencionem. O assunto parecia ter morrido.

Em 1930, o matemático Maurice Rougié introduziu o conceito de “Apocentro” (Ponto de uma órbita mais afastado do centro de atração, como o segundo ponto para se traçar uma elipse) e o calculou para a lua. Por influência de seus colegas astrólogos, acabou nomeando este ponto de “lilith”. Grande erro.

Apocentro de Maurice Rougié

Em 1937, aproveitando a carona, a astróloga Ivy Goldstein-Jacobson publicou um livro chamado “The Dark Moon Lilith in Astrology” onde não apenas alava novamente sobre a tal lua, mas calculava as efemérides para ela, com base nos cálculos matemáticos sobre a lua. Para complicar, os “astrólogos” franceses disseram que a “Lune noire” deveria ser, na verdade, o apogeu da lua, não o apocentro, já que o outro centro da elipse deveria se chamar “terra negra” e não “lua negra” (o que faz muito sentido). Há uma briga até hoje a respeito do assunto entre os esquisotéricos franceses.

  • Charybdis

Para complicar, na década de 70, outros vendedores de livros de “astrologia” resolveram nomear o asteróide 388-Charybdis de “lillith”, criando um TERCEIRO ponto no céu com o mesmo nome. Alguns voltaram a usar o nome Charybdis, outros brigam pelo nome “lilith”. O fato é que todo Zé ruela astrologo quer “descobrir” alguma coisa e ficar rico e famoso vendendo livro pra massa new age.

Nenhum astrólogo que seja respeitável usa Lilith em seus mapas. Se você procurar pelos sites e autores sérios (www.alabe.com www.astro.com world of wisdom, Dane Rudhyar, Liz Greene e outros, não vai achar nenhuma leitura para Lilith). Agora procure nos sites picaretas e populares do tipo “descubra seu futuro nos astros” e vai achar. Por quê?

Porque “lilith” é a fêmea sensual, a loba escondida em toda mulher, a dama da noite, a expressão sensual da lua, blá, blá, blá… todas estas pataquadas vendem bastante em revistas tipo NOVA e o público alvo destes sites e astrólogos é justamente mulheres em busca do príncipe encantado. Fim da charada.