Tarot de Gringonneur
História
Deste Tarô, de rara qualidade estética, restaram apenas 17 cartas, que se encontram na Biblioteca Nacional da França. O jogo foi, durante muito tempo, erradamente associado ao rei francês Carlos VI, nascido em 1368.
O mal-entendido quanto à origem destas cartas deve-se a um registro do contador Charles Poupart, que menciona o pagamento de 56 soldos parisienses a um certo “Jacquemin Gringonneur, pintor, por três jogos de cartas pintadas a ouro e com diversas cores, ornadas com várias divisas para o referido senhor rei para o seu divertimento”. (Charles Poupart, Registre de la Chambre des Comptes, 1392)
A nota do tesoureiro do rei é autêntica, mas faz referência, de fato, a um outro jogo inteiramente diferente deste que reproduzimos aqui. Por essa razão, o estudioso Ross Caldwel preferiu denominar este conjunto de Gaignières Tarot, para diferenciar do jogo pintado por Gringonneur, que até hoje não foi encontrado.
Numeração
Outra questão que interessa aos estudiosos do Tarô é a numeração, ou seja, ordem em que os trunfos (os arcanos maiores) são apresentados. No caso deste tarô “pseudo Gringonneur”, a numeração das cartas é próxima à da tradição bolonhesa. Mas esse fato não parece ser suficiente para garantir sua origem, pois poderia apenas indicar uma fonte de inspiração.
Bibliografia
- Thierry Depaulis, Tarot, Jeu et Magie, pp 40 – 41. Bibliothèque Nationale, 1984