José Herculano Pires
José Herculano Pires, nasceu na cidade de Avaré, no estado de São Paulo a 25/09/1914, e desencarnou na capital em 09/03/1979.
Biografia
Filho do farmacêutico José Pires Correia e da pianista Bonina Amaral Simonetti Pires. Fez seus primeiros estudos em Avaré, Itaí e Cerqueira César.
Transformou em 1928 o jornal político de seu pai em semanário literário e órgão da UAI. Mudou-se para Marília em 1940 (com 26 anos), onde adquiriu o jornal Diário Paulista e o dirigiu durante seis anos.
Em 1946 mudou-se para São Paulo e lançou seu primeiro romance, O caminho do meio, que mereceu críticas elogiosas de Afonso Schimidt, Geraldo Vieira e Wilson Martins.
Repórter, redator, secretário, cronista parlamentar e crítico literário dos Diários Associados, são funções que exerceu na rua 7 de Abril por cerca de trinta anos.
Alegava sofrer de grafomania, escrevendo dia e noite. Não tinha vocação acadêmica e não seguia escolas literárias. Seu único objetivo era comunicar o que achava necessário, da melhor maneira possível. Graduado em Filosofia pela USP em 1958, publicou uma tese existencial: O ser e a serenidade. De 1959 a 1962, foi docente titular da cadeira de filosofia da educação na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara.
Foi membro titular do Instituto Brasileiro de Filosofia, seção de São Paulo, onde lecionou psicologia. Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo de 1957 a 1959. Foi professor de sociologia no curso de jornalismo ministrado pelo Sindicato.
José Herculano Pires foi presidente e professor do Instituto Paulista de Parapsicologia de São Paulo. Organizou e dirigiu cursos de parapsicologia para os centros acadêmicos da Faculdade de Medicina da USP, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, da Escola Paulista de Medicina e em diversas cidades e colégios do interior.
Fundou o Clube dos Jornalistas Espíritas de São Paulo em 23/01/1948. O Clube funcionou por 22 anos.
Foi membro da Academia Paulista de Jornalismo, onde ocupou a cadeira "Cornélio Pires" em 1964, e pertenceu à União Brasileira de Escritores, onde exerceu o cargo de diretor e membro do Conselho no ano de 1964.
Exerceu ainda o cargo de chefe do Sub-Gabinete da Casa Civil da Presidência da República no governo do sr. Jânio Quadros, no ano de 1961, onde permaneceu até a renuncia do mesmo.
Obra Literária
Autor de 81 livros de filosofia, ensaios, histórias, psicologia, pedagogia, parapsicologia, romances e espiritismo, vários em parceria com Chico Xavier, sendo a maioria inteiramente dedicada ao estudo e divulgação da Doutrina Espírita. Lançou a série de ensaios "Pensamento da Era Cósmica" e a série de romances e novelas de "Ficção Científica Paranormal".
Em 1954 publicou Barrabás, que recebeu um prêmio do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, constituindo o primeiro volume da trilogia "A Conversão do Mundo". Publicou em 1975 Lázaro e, com o romance Madalena, concluiu a trilogia.
Espiritismo
Espírita desde a idade de 22 anos, não poupou esforço na divulgação falada e escrita da doutrina codificada por Allan Kardec, tarefa essa à qual dedicou a maior parte da sua vida. Durante 20 anos manteve uma coluna diária sobre espiritismo nos Diários Associados, com o pseudônimo de Irmão Saulo. Durante quatro anos manteve no mesmo jornal uma coluna em parceria com Chico Xavier sob o título "Chico Xavier pede Licença".
Foi diretor fundador da revista Educação Espírita, publicada pela Edicel.
Traduziu cuidadosamente as obras da codificação de Allan Kardec, enriquecendo-as com notas explicativas nos rodapés. Essas traduções foram doadas a diversas editoras espíritas no Brasil, Portugal, Argentina e Espanha. Colaborou ainda com o dr. Júlio Abreu Filho na tradução da Revista Espírita de Allan Kardec.
Muitos espíritas consideram suas traduções dos livros de Kardec superiores as traduções da Federação Espírita Brasileira (FEB). No Brasil, suas traduções podem ser encontradas nos livros da Livraria Allan Kardec Editora (LAKE).
Ao desencarnar deixou vários originais, que vêm sendo publicados pela Editora Paidéia.
O Espírito e o Tempo
Provavelmente tenha sido sua maior contribuição a doutrina espírita. "O Espírito e o Tempo - Introdução Antropológica ao Espiritismo" é na verdade uma profunda investigação das origens da mediunidade, desde a pré-história até a modernidade.
Em uma pesquisa da Livraria e Distribuidora Candeia, sobre os 10 melhores livros espíritas lançados no século XX - e que ficou bastante conhecida no meio espírita -, este livro ficou na sétima colocação. Entre os livros não psicografados, ficou atrás apenas de "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", de Leon Denis