Guillaume de Beaujeu

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Brasão de Guillaume de Beaujeu

Guillaume De Beaujeu (1233?? - 1291)

Mestre do Templo de 1273 à 1291.

Biografia

Guillaume De Beaujeu é eleito para o topo da Ordem em 13 de Maio de 1273.

Entrou na Ordem com a idade de 20 anos, ele foi sucessivamente Preceptor da Província de Trípoli e Preceptor da Província de Puglia em 1272, antes de ser eleito.

Ele veio de uma poderosa família de Beaujolais e tinha laços familiares com o Rei da França, Louis IX, e Charles de Anjou, Rei da Sicília.

Tão logo foi eleito, Guillaume De Beaujeu comprometeu-se a visitar os principais Preceptórios no Ocidente e foi intimado pelo Papa Gregory X à comparecer ao Concílio de Lyon no verão de 1274. O Papa busca opiniões do Mestre dos Templários e do Mestre dos Hospitalários, para organizar uma nova Cruzada. Barões do Ocidente não estavam muito entusiasmados com a idéia de uma nova expedição à Terra Santa. A morte do Papa em 1276 definitivamente interrompeu as preparações para essa expedição.

Apesar dos repetidos chamados vindos dos Templários do Oriente, Guillaume De Beaujeu só chegou a Acre em Setembro de 1275. Em 1279, ele entrou em conflito com Hugh III, Rei de Chipre, que havia confiscado as propriedades Templárias na Ilha. Essa crise durou mais de 20 anos, e somente com o Mestre Jacques De Molay essa crise encontrou o início de uma resolução.

Em 1282, Guillaume De Beaujeu, cuja política contra os Muçulmanos era a de ganhar tempo, beneficiou-se da invasão Mongol no Leste e no Norte para estender por mais 10 anos a trégua firmada em 1971 com Baybars.

As políticas Francas estavam, entretanto, divididas nas relações com os Mongóis e com os Muçulmanos. De um lado, Cristãos Armenos visavam uma aliança com as hordas Tartarianas e, de outro lado, Cristãos do Sul preferiram ficar neutros. Guillaume De Beaujeu, por outro lado, mantinha relações amigáveis com Cairo.

Em 1288, Kalâwun, o sucessor de Baybars, decide, apesar da trégua existente, atacar Trípoli. Guillaume De Beaujeu, graças às estreitas relações que mantinha com a corte do Sultão de Cairo, tomou conhecimento das iminentes preparações inimigas, e alertou os Dignitários da cidade. Estes não acreditaram em De Beaujeu, por acreditarem que estavam seguros devido à trégua existente. Pelo contrário, eles acreditaram que o Mestre dos Templários queria que eles fugissem, para que este invadisse facilmente a cidade e a transformasse em uma instalação Templária.

Apesar dos alarmes de Guillaume De Beaujeu, a cidade cai em mãos Muçulmanas em 26 de Abril de 1289.

Ainda não satisfeito com a queda de Trípoli, Kalâwun iniciou no final de 1289, as preparações para um cerco em Acre. O massacre de mercadores Muçulmanos na estrada de Acre por recém-desembarcadas tropas Lombardinas deu a ele uma justificativa da qual ele não necessariamente precisava. Para mascarar seus planos, Kalâwun exigiu que aqueles responsáveis pela matança fossem entregues a ele, sob pena de terríveis represálias.

Guillaume De Beaujeu propôs aos Dignitários de Acre que esvaziassem os condenados à morte das prisões, e os entregassem à Kalâwun para ganharem tempo.

Os notáveis ignoraram a decisão do Mestre da Ordem do Templo e permanecerem surdos quanto às exigências de Kalâwun, também pensando estarem seguros por conta da trégua firmada em 1282. Os Cristãos desfrutaram de algumas semanas de tranqüilidade com a morte de Kalâwun em Novembro de 1290, no Cairo.

Uma guerra civil iniciou-se então para a sucessão do emir, mas Al-Ashraf Khalil, o filho de Kalâwun, conseguiu impedir a revolta e ordenou a execução do General Turuntaî, líder dos rebeldes.

Somente em Abril de 1291 Al-Ashraf Khalil chegou com seu exército, estimado pelos cronistas da época de ser composto por 200.000 homens, frente às muralhas da cidade.

Em 05 de Abril, a cidade é completamente cercada, e o maquinário de guerra Muçulmano é instalado.

Templários e Hospitalários, liderados por seus Mestres Guillaume De Beaujeu e Jean De Villiers, esqueceram todas as suas desavenças e organizaram a defesa da porção norte dos parapeitos da cidade, enquanto Konrad Von Feutchwangen, Mestre da Ordem Teutônica, e Amaury, irmão do Rei de Chipre Henry II, liderando as cavalarias Síria e Cipriota, lidaram com a defesa da porção Oeste dos parapeitos.

Na noite de 15 para 16 de Abril, Guillaume De Beaujeu tentou uma saída com 300 Cavaleiros. Ele surpreendeu um contingente que acampava em posição contrária à sua, massacrou algumas centenas de combatentes, mas teve que bater em retirada aos parapeitos e baluartes da cidade antes de ter destruído todo o maquinário de guerra localizado no campo inimigo.

Em 16 de Maio, apesar da chegada, dias antes, do Rei de Chipre Henry II, com um reforço de mil combatentes, parte das muralhas ruiu como resultado dos ataques inimigos. Os Muçulmanos adentraram essa brecha, mas os ataques combinados das três Ordens os impediu de prosseguirem sua incursão, e os defensores conseguiram ainda expulsar os Muçulmanos dos parapeitos e baluartes.

Em 18 de Maio, Al-Ashraf Khalil lançou o ataque final. Milhares de combatentes da Infantaria Muçulmana ajuntaram-se em frente à brecha nas muralhas e começaram a atacar o que restava das torres e muralhas da cidade.

Guillaume De Beaujeu reuniu 10 Cavaleiros Templários e outros 10 Hospitalários, incluindo seu Mestre (dos Hospitalários), e se lançou à tempestade assassina.

Com seus 20 Cavaleiros, Guillaume De Beaujeu conseguiu conter temporariamente a enchente inimiga que se espalhava na cidade. Quando ele conseguiu afastar os inimigos que cercavam as portas de Saint-Antoine, ele foi mortalmente ferido.

A chegada de diversos contingentes de reforços o permitiu recuperar a fortaleza Templária localizada ao Sul da cidade, onde ele falece.

A cidade caiu nas mãos Muçulmanas poucos dias depois, apesar da defesa heróica dos Templários, que lutaram até o último homem, este derrotado em sua fortaleza fortificada, ao Sul da cidade. Essa forte defesa permitiu que um bom número de habitantes da cidade, e também alguns Cavaleiros, escapassem de Acre em segurança e conseguissem refúgio na Ilha de Chipre.

Thibaud Gaudin e Pierre De Sevry, os dois maiores Dignitários ainda vivos em Acre, decidiram separar-se. Thibaud Gaudin, Comandante de Acre, recuou para o mar em direção à Sidon, ainda em mãos Cristãs, enquanto Pierre de Sevry, Marechal da Ordem, continuou a resistir ao maremoto Muçulmano.

Pierre De Sevry conseguiu segurar milhares de combatentes Muçulmanos com somente alguns poucos defensores. A cidade foi finalmente capitulada em 28 de Maio, após a defesa Templária sucumbir frente às dezenas de defensores e mais de 2000 Turcos que a atacavam.