IV – Amor Maternal e Filial
890. O amor maternal é uma virtude ou um sentimento instintivo, comum aos homens e aos animais?
— É uma coisa e outra. A Natureza deu à mãe o amor pelos filhos, no interesse de sua conservação; mas, no animal, esse amor é limitado às necessidades materiais: cessa quando os cuidados se tornam inúteis. No homem, ele persiste por toda vida e comporta um devotamento e uma abnegação que constituem virtudes; sobrevive mesmo à própria morte, acompanhando o filho além da tumba. Vedes que há nele alguma coisa mais do que no animal. (Ver itens 205 e 385.)
891. Se o amor materno ó uma lei natural, por que existem mães que odeiam os filhos e freqüentemente desde o nascimento?
— É, às vezes, uma prova escolhida pelo Espírito do filho ou uma expiação, se ele tiver sido um mau pai, mãe ruim ou mau filho em outra existência. (Ver item 392.) Em todos esses casos, a mãe ruim não pode ser animada senão por um mau Espírito, que procura criar dificuldades ao do filho, para que ele fracasse na prova desejada. Mas essa violação das leis naturais não ficará impune e o Espírito do filho será recompensado pelos obstáculos que tiver superado.
892. Quando os pais têm filhos que lhes causam desgostos, não são escusáveis de não terem por eles a ternura que teriam caso contrário?
— Não, porque se trata de um encargo que lhes foi confiado e sua missão é a de fazer todos os esforços para os conduzir ao bem. (Ver itens 582 e 583.) Por outro lado, esses desgostos são quase sempre a conseqüência dos maus costumes que os pais deixaram os filhos seguir desde o berço; eles colhem, portanto, o que semearam.