A Via Simbólica: Difference between revisions

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O símbolo não é só visual, pode ser auditivo, como é o caso do mito e da lenda, ou absolutamente plástico e quase inapreensível como sucede com certas imagens fugazes que, no entanto, marcam-nos. Na época atual, costuma-se-lhe associar mais com o visual, porque a vista fixa e cristaliza imagens em relação com estes momentos históricos de solidificação e anquilosamento mais ligados ao espacial que ao temporal.
O símbolo não é só visual, pode ser auditivo, como é o caso do mito e da lenda, ou absolutamente plástico e quase inapreensível como sucede com certas imagens fugazes que, no entanto, marcam-nos. Na época atual, costuma-se-lhe associar mais com o visual, porque a vista fixa e cristaliza imagens em relação com estes momentos históricos de solidificação e anquilosamento mais ligados ao espacial que ao temporal.


O símbolo é o intermediário entre duas realidades, uma conhecida e outra desconhecida e, portanto, o veículo na busca do Ser, através do Conhecimento. Dali que os distintos símbolos sagrados das diferentes tradições (e por certo também os símbolos naturais) se entreteçam e se vinculem entre si constituindo uma Via Simbólica para a realização interior, a saber: para o Conhecimento, ou seja, o Ser, dada a identidade entre o que o homem é e o que conhece. O mesmo é válido para os ritos que promove este manual, começando pelo estudo e a meditação e seguindo por todos os exercícios práticos. Por isso é necessário que o leitor tenha uma visão o suficientemente clara da Cosmogonia, arquitetura do universo reproduzida no homem, para utilizar o modelo da [[Árvore da Vida]], chamado também Sefirótico, localizar-se e transcendê-lo, mediante a aceitação de uma Ordem capaz de nos mostrar o que está mais além dele. Estamos nos referindo à mobilização de todo nosso ser que os símbolos, como intermediários, procuram, à viagem ou navegação pelas sutis entretelas da consciência, à surpresa de perceber mundos novos que permaneciam invisíveis e, no entanto, são-nos familiares, feitos todos estes que balizam o processo mágico de Iniciação, caracterizado pelos graus de Conhecimento de outras realidades espaço temporais, ou melhor, de outra forma de perceber a realidade.
O símbolo é o intermediário entre duas realidades, uma conhecida e outra desconhecida e, portanto, o veículo na busca do Ser, através do Conhecimento. Dali que os distintos símbolos sagrados das diferentes tradições (e por certo também os símbolos naturais) se entreteçam e se vinculem entre si constituindo uma Via Simbólica para a realização interior, a saber: para o Conhecimento, ou seja, o Ser, dada a identidade entre o que o homem é e o que conhece. O mesmo é válido para os ritos que promove este manual, começando pelo estudo e a meditação e seguindo por todos os exercícios práticos. Por isso é necessário que o leitor tenha uma visão o suficientemente clara da Cosmogonia, arquitetura do universo reproduzida no homem, para utilizar o modelo da [[Árvore da Vida]], chamado também Sefirótico, localizar-se e transcendê-lo, mediante a aceitação de uma Ordem capaz de nos mostrar o que está mais além dele. Estamos nos referindo à mobilização de todo nosso ser que os símbolos, como intermediários, procuram, à viagem ou navegação pelas sutis entretelas da consciência, à surpresa de perceber mundos novos que permaneciam invisíveis e, no entanto, são-nos familiares, feitos todos estes que balizam o processo mágico de Iniciação, caracterizado pelos graus de Conhecimento de outras realidades espaço temporais, ou melhor, de outra forma de perceber a realidade.


O metafísico, essa região desconhecida e misteriosa, manifesta-se no mundo sensível por intermediação do símbolo. Graças a este, é possível o Conhecimento para o ser humano; imagens e símbolos nos permitem tomar consciência do mundo que nos rodeia, do que este significa e de nós mesmos.
O metafísico, essa região desconhecida e misteriosa, manifesta-se no mundo sensível por intermediação do símbolo. Graças a este, é possível o Conhecimento para o ser humano; imagens e símbolos nos permitem tomar consciência do mundo que nos rodeia, do que este significa e de nós mesmos.
Os símbolos sagrados, revelados, foram depositados em todas as tradições verdadeiras. Os sábios de diferentes povos, por meio da Ciência e da Arte, promoveram sempre o conhecimento desses mundos sutis que os próprios símbolos testemunham. Eles permitem que aquelas realidades superiores toquem nossos sentidos e possibilitam que o homem, a partir desta base sensível, eleve-se a essas regiões que constituem seu aspecto mais interno: seu verdadeiro Ser.
A via simbólica que este Programa propõe, com todas as experiências que ela implica, poderá nos levar de uma maneira ordenada e gradual para esse Conhecimento.
O símbolo plasma uma força, uma energia invisível, uma idéia. O que ele expressa e o que contém em seu interior se correspondem em perfeita harmonia. Não deve nunca se confundir com a alegoria, já que esta se correlaciona mais com substituições e suposições e, portanto, carece de conexão clara com o interno e com o verdadeiro. Também é importante apontar que os símbolos aos quais nos referimos não são meras convenções inventadas pelos homens; eles são “não-humanos”, encontram-se na própria estrutura do Cosmo e do homem. Ao serem os intermediários entre o invisível e o visível, promovem a consciência de mundos superiores e regiões supracósmicas.
É muito notável o fato de que os símbolos principais se repitam de modo unânime em todos os povos da terra em distintos momentos e lugares. Muitas vezes esta identidade é inclusive formal, ainda que, como já se disse, amiúde poderemos encontrar símbolos de diferentes formas, mas idênticos significados. Em todo caso, todos se correspondem com um arquétipo único e universal do qual cada um desses povos extraiu seus símbolos particulares.
Os símbolos sagrados são capazes de revelar esse modelo único, seu Criador, e ainda o incriado; mas às vezes velam essas realidades superiores e se cobrem de uma roupagem formal, ainda que conservem sempre seu aspecto interno e invisível.
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Latest revision as of 15:10, 27 October 2010

O símbolo é a pegada (ou o gesto) visível de uma realidade invisível ou oculta. É a manifestação de uma idéia que assim se expressa a nível sensível e se faz apta para o entendimento. Num sentido amplo, toda a manifestação, toda a criação, é simbólica, como cada gesto é um rito, seja isto ou não evidente, pois constitui um sinal significativo.

O símbolo nomeia as coisas e é uno com elas, não as interpreta nem define. Em verdade, a definição é ocidental e moderna (ainda que nasça na Grécia clássica) e poderia ser considerada como a porta à classificação posterior.

O símbolo não é só visual, pode ser auditivo, como é o caso do mito e da lenda, ou absolutamente plástico e quase inapreensível como sucede com certas imagens fugazes que, no entanto, marcam-nos. Na época atual, costuma-se-lhe associar mais com o visual, porque a vista fixa e cristaliza imagens em relação com estes momentos históricos de solidificação e anquilosamento mais ligados ao espacial que ao temporal.

O símbolo é o intermediário entre duas realidades, uma conhecida e outra desconhecida e, portanto, o veículo na busca do Ser, através do Conhecimento. Dali que os distintos símbolos sagrados das diferentes tradições (e por certo também os símbolos naturais) se entreteçam e se vinculem entre si constituindo uma Via Simbólica para a realização interior, a saber: para o Conhecimento, ou seja, o Ser, dada a identidade entre o que o homem é e o que conhece. O mesmo é válido para os ritos que promove este manual, começando pelo estudo e a meditação e seguindo por todos os exercícios práticos. Por isso é necessário que o leitor tenha uma visão o suficientemente clara da Cosmogonia, arquitetura do universo reproduzida no homem, para utilizar o modelo da Árvore da Vida, chamado também Sefirótico, localizar-se e transcendê-lo, mediante a aceitação de uma Ordem capaz de nos mostrar o que está mais além dele. Estamos nos referindo à mobilização de todo nosso ser que os símbolos, como intermediários, procuram, à viagem ou navegação pelas sutis entretelas da consciência, à surpresa de perceber mundos novos que permaneciam invisíveis e, no entanto, são-nos familiares, feitos todos estes que balizam o processo mágico de Iniciação, caracterizado pelos graus de Conhecimento de outras realidades espaço temporais, ou melhor, de outra forma de perceber a realidade.

O metafísico, essa região desconhecida e misteriosa, manifesta-se no mundo sensível por intermediação do símbolo. Graças a este, é possível o Conhecimento para o ser humano; imagens e símbolos nos permitem tomar consciência do mundo que nos rodeia, do que este significa e de nós mesmos.

Os símbolos sagrados, revelados, foram depositados em todas as tradições verdadeiras. Os sábios de diferentes povos, por meio da Ciência e da Arte, promoveram sempre o conhecimento desses mundos sutis que os próprios símbolos testemunham. Eles permitem que aquelas realidades superiores toquem nossos sentidos e possibilitam que o homem, a partir desta base sensível, eleve-se a essas regiões que constituem seu aspecto mais interno: seu verdadeiro Ser.

A via simbólica que este Programa propõe, com todas as experiências que ela implica, poderá nos levar de uma maneira ordenada e gradual para esse Conhecimento.

O símbolo plasma uma força, uma energia invisível, uma idéia. O que ele expressa e o que contém em seu interior se correspondem em perfeita harmonia. Não deve nunca se confundir com a alegoria, já que esta se correlaciona mais com substituições e suposições e, portanto, carece de conexão clara com o interno e com o verdadeiro. Também é importante apontar que os símbolos aos quais nos referimos não são meras convenções inventadas pelos homens; eles são “não-humanos”, encontram-se na própria estrutura do Cosmo e do homem. Ao serem os intermediários entre o invisível e o visível, promovem a consciência de mundos superiores e regiões supracósmicas.

É muito notável o fato de que os símbolos principais se repitam de modo unânime em todos os povos da terra em distintos momentos e lugares. Muitas vezes esta identidade é inclusive formal, ainda que, como já se disse, amiúde poderemos encontrar símbolos de diferentes formas, mas idênticos significados. Em todo caso, todos se correspondem com um arquétipo único e universal do qual cada um desses povos extraiu seus símbolos particulares.

Os símbolos sagrados são capazes de revelar esse modelo único, seu Criador, e ainda o incriado; mas às vezes velam essas realidades superiores e se cobrem de uma roupagem formal, ainda que conservem sempre seu aspecto interno e invisível.