Gerard de Ridefort

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Brasão de Gerard de Ridefort

Gerard de Ridefort (desconhece-se a data do seu nascimento; morto em Outubro de 1189) foi o décimo Grão-mestre da Ordem dos Templários desde finais de 1184 e princípios de 1185 até à sua morte em batalha, aquando do cerco a Acre, em 1189.

Juventude

Era o filho mais novo de um senhor flamengo e, não vendo nenhuma oportunidade para o seu sucesso na Europa, junta-se à Segunda Cruzada em 1146. Após o insucesso da Cruzada, permanece na Terra Santa ao serviço de Raimundo III de Tripoli. Raimundo III promete-lhe a mão de Lúcia de Botrun, união que lhe daria uma parte valiosa de terra no Condado de Tripoli, mas Raimundo III quebrou mais tarde a sua promessa quando um cavaleiro de nome Plivan assegura o seu casamento com a dama pesando-a e dando ao conde o correspondente em ouro. Por causa desta falta de palavra na união com Lúcia de Botrun, Gerard manteve um ódio contra Raimundo III que não esconderia ao longo da sua vida. Gerard deixa de servir Raimundo III e ingressa na Ordem do Templo.

Mestrado

Por volta de 1183 tornou-se senescal da ordem, depois de uma carreira militar ascendente, e em finais de 1184, princípios de 1185, é eleito Grão-mestre sucedendo ao Grão-mestre espanhol Arnaut de Torroja. Para esta eleição pesou a situação do Ultramar e os constantes ataques de Saladino, para o capítulo geral do Templo ter escolhido Gerard de Ridfort, que era um cavaleiro corajoso mas que na vida secular já tinha suscitado intrigas e inimigos dentro da Ordem.

Em 1186, quando Balduíno V de Jerusalém morreu, Gerard apoiou a facção da corte, Raimundo III era o líder da facção baronial. Raimundo III opôs-se a ascensão de Guy de Lusignam, mas Gerard e os Templários deram a este o seu apoio, permitindo a sua ascensão.

Em 1187 Gerard apreende parte do dinheiro emitido por Henrique II de Inglaterra que iria ser doado aos cavaleiros do Templo e aos cavaleiros Hospitalários. Este dinheiro era parte da penitência de Henrique II pelo assassinato de Thomas Becket. Gerard gasta-o para pagar a cerca de quatro ou cinco mil soldados de infantaria no intuito de defender o Reino de Jerusalém da ofensiva de Saladino.

A 1 de Maio, Gerard e menos de 100 Templários, juntamente com o Grão-mestre dos Hospitalários e alguns dos seus cavaleiros atacaram al Afdal, filho de Saladino, na Batalha de Cresson. O exército muçulmano, com mais de 5000 homens, derrotou facilmente os cruzados, sendo Gerard um dos únicos sobreviventes. Em Julho do mesmo ano Gerard conduziu os Templários na Batalha de Hattin.

Saladino tinha capturado Tiberias e Guy pensava em retomá-la usando o exército do Ultramar. Raimundo III, reconciliado com Guy, recomendou-lhe que esperasse por Saladino, uma vez que estavam num local bem defendido e abastecido de água. Se atacassem Saladino teriam que obrigatoriamente cruzar uma planície aberta e sem água e ainda ficariam ao alcance das defesas de Tiberias. Gerard opôs-se, provavelmente porque era Raimundo quem o propunha, e Guy foi convencido a continuar a marcha. Gerard foi neste episódio suportado por Reinaldo de Chantillon, um nobre participante da Segunda Cruzada que havia recebido alguns territórios, e um inimigo pessoal de Raimundo III.

Os cruzados terminaram por ter que se defender na planície contra a cavalaria de Saladino sendo massacrados a 4 de Julho. Raimundo III escapa mas Gerard, Guy de Lusignam e Reinaldo de Chantillon foram capturados por Saladino. Os Templários, Hospitalários e soldados que não se convertem são executados, mas Guy convence Saladino a poupar Gerard. Saladino joga com as circunstâncias e consegue a rendição da cidade de Gaza. Guy e provavelmente Gerard serão libertados por Saladino em 1188.

Em 1189 Gerard conduziu os Templários contra Saladino no cerco de Acre. Morre em batalha a 1 de Outubro.

Fontes

  • Barbara Frale. Os Templários, Edições 70,Lisboa,2005.

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