Josephin Peladan

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Josephin Peladan

Josephin Peladan (1858, Lyon - 1918) foi um romancista francês e Martinista. Seu pai era um jornalista especializado nas profecias e no esoterismo cristão.

Biografia

Josephin Peladan que se organizara do lado dos Simbolistas se posiciona da seguinte maneira sobre o progresso: “A velocidade material apressa a vida interior, e o homem que tem asas não tem o mesmo coração e as mesmas dores?”. Irmão mais novo de Adrien Peladan (1844-1885), um dos primeiros homeopatas franceses, Josephin se inclinou para a formação mística e a sua entrada para a Rosa-Cruz.

Em 1884, o jovem Josephin conquista Paris publicando sua obra “O Vício Supremo”, seu primeiro romance que continha temas esotéricos. Este trabalho, trazia o prefácio de Barbey d'Aurevilly, tendo um imediato e rápido sucesso, transformando-o instantaneamente em uma celebridade. Peladan é antes de tudo um apaixonado pelas artes. Ele participou de numerosas revistas artísticas do fim do século XIX, como “A Pena”, “O Mercúrio da França”, “A Gazeta Artística”, como também “Estúdio”, uma revista internacional lida pela elite intelectual da época. Ele também escreveu para “O artista”, primeiro jornal francês exclusivamente dedicado à arte. Théophile Gautier estava lá como editor-chefe e os artigos foram assinados pelos maiores nomes da época: Blanc, Baudelaire, o Goncourts, Huysmans. Peladan foi crítico desta revista na seção denominada ‘Salões’ por quatorze anos. Paralelamente aos seus romances e livros esotéricos, ele dedicou vários estudos aos pintores como Rembrandt, Dürer, Herbert, Frans Hals, etc. Sua obra “Leonardo da Vinci, textos escolhidos”, deu a ele o prêmio Charles Blanc da Academia Francesa.

Em maio de 1891, Peladan cria a Ordem da Rosa-Cruz do Templo e do Graal na qual ele havia traçado um esboço de seu primeiro romance em 1884. Sua criação foi assunto de vários artigos em “O Figaro”. Em junho, ele se apresenta como sendo o Grande Mestre da nova Ordem Rosa+Cruz com o nome de Sâr Mérodack Péladan e a define como uma ‘Fraternidade de caridade intelectual, dedicada à realização das obras de caridade de acordo com o Espírito Santo necessário para aumentar a Glória e preparar o Reinado’. Péladan julga que a civilização latina está em estado de degeneração. Para ele somente a arte pode salvar o ocidente de um desastre iminente. Ele vê na arte um instrumento para reverter esta tendência. A atividade essencial da Ordem da Rosa+Cruz do Templo e do Graal é dedicada à organização de noites de exibições sobre as Belas Artes. De acordo com o Sâr, sua meta é restabelecer em todo o esplendor o culto do ideal com base na Tradição e Beleza.

Os Salões da Rosa-Cruz

Os Salões da Rosa+Cruz que aconteceram entre 10 de março e 10 de abril de 1892 é o primeiro “gesto estético” de Peladan. Ele convidou todos os artistas da época para expor no Salão da Rosa+Cruz por um convite publicado n’O Figaro.

O tempo em que o Salão da Rosa+Cruz abriu as suas portas é um tempo de completa efervescência artística. Naquele tempo, os pintores se opunham ao realismo acadêmico e aos muitos salões de demonstrações oficiais. Entre estas, os Salões da Rosa+Cruz não passaram despercebido, e ainda hoje é referência, onde se encontram os trabalhos, livros e pinturas daquele tempo.

Os Salões da Rosa+Cruz se parecem com os Simbolistas. Peladan, como John Ruskin para os pré-Rafaelitas ingleses, foi o mentor dos pintores Simbolistas. Da sua obra “Como se tornar um artista”, ele desenvolve uma teoria de estéticas. Para ele, a arte deve ter uma missão espiritual, e como a religião, aumenta o Princípio Divino e faz com que todos participem. Ele procura Deus pela beleza, e a obra perfeita é aquela que reúne todas as perfeições. E não é suficiente apenas satisfazer o intelecto, é necessário também que contenha um trampolim que permita a elevação da alma. Peladan qualifica o homem como “animal artístico”. Vê nele uma atração irresistível pelo belo. Esta procura pelo belo é incentivada pela nostalgia da harmonia perdida que instintivamente o homem procura em todas as coisas.

O primeiro Salão foi inaugurado em 10 de março de 1892 dentro da Galeria Durant-Ruel, na Rua Lepelletier, em Paris. Sessenta artistas responderam à chamada lançada por Peladan e o catálogo da exibição consiste em 250 obras. Rémy de Gourmont em suas crônicas “Mercúrio de França” qualifica o Salão como sendo a grande demonstração artística do ano. Apesar de algumas críticas - é até verdade que as obras expostas não estavam à altura do que o Sâr desejava -, o público flui. A multidão é tão grande que a prefeitura tem que intervir para organizar a multidão, visto que a rua está entupida pelas visitas que querem entrar na Galeria que somente tem capacidade para 200 pessoas. Depois de fechada às portas, contaram-se 22.600 visitas. O sucesso é dado pela presença de artistas estrangeiros que lhe dá uma reverberação mundial.

O Salão era inaugurado com um cerimonial, com música especialmente composta por Erik Satie, o compositor oficial da Ordem. As manhãs são longas até a chegada do “Anoitecer da Rosa+Cruz", noites dedicadas à música e ao teatro. Se escutava as conferências de Peladan sobre a arte e a mística. A música ocupa um lugar de destaque, escutava-se ás obras Vincent d' Indy, César Franck, Richard Wagner, Palestrina, Erik Satie e Benedictus. Josephin Peladan sonhou devolver ao teatro a sua antiga função de drama ritual, cujo exemplo mais notável era os Mistérios de Elêusis, da Grécia Antiga. Ele escreveu alguns dramas: “O Príncipe do Bizantino”, “Babilônia” e “O Filho das estrelas”, acompanhado por uma música de Satie.

Houveram ao total seis Salões Rosa+Cruzes. Em cada um deles foi colocado o nome de um deus Caldeu: Samas (Sol) para o primeiro, Nergal (Marte) para o segundo, Mérodack (Júpiter) para o terceiro, Nebo (Mercúrio) para o quarto, Istar (Vênus) para o penúltimo e Sin (Lua) para o último. Em dezembro de 1897, Joséphin Péladan pronunciou sua saída da Ordem após o término do Salão.

Principais Obras

  • Le suprême Vice, novela, 1884
  • Curieuse, 1885
  • Femmes honnêtes!, 1885
  • Sentimentale L'Initiation, 1887
  • Istar, 1888
  • A perdu coeur, 1888
  • Coeur en peine, 1890
  • Le conclave prochain, instruções Cardinaux aux, 1890
  • Comment on devient mago, 1891
  • L'andrógino, 1891
  • La gynandre, 1891
  • La Typhonia, 1892
  • Le panthée, 1892
  • La queste du Graal - proses lyriques de l'éthopée - la décadence latine, 1892
  • Le complet teatro de óperas de Wagner les XI scène avec scène par biographiques notas críticas al, 1894
  • L'art idéaliste et mystique: doctrine de lordre et du salon annuel des Rose + Croix , 1894
  • Babylone, a tragédia, 1895
  • Mélusine, 1895
  • Le dernier Bourbon, a tragédia, 1895
  • Le Livre du cetro: política, 1895
  • La Prométhéide: Trilogie Eschyle d'en quatre tableaux, 1895
  • Le Prince de Bizâncio, a tragédia, 1896
  • Édipo et le Sphinx, tragédia em prosa, 1903
  • Semíramis, tragédie en prosa, 1904
  • La Dernière Leçon de Léonard de Vinci, ensaio, 1904
  • La Clé de Rabelais, 1905
  • De Parsifal à don Quichotte , ensaio, 1906
  • La Doctrine de Dante, 1908