O problema do mal

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Artigo original do Blog Textos para Reflexão

Desde o início do cristianismo uma questão assola os fiéis: "Se Deus é bom, ele não pode ser todo-poderoso. Se Deus é todo-poderoso, ele não pode ser bom." - Pois para muitos, o fato de existir o mal no mundo significa que existe uma força opositora a bondade de Deus, de modo que ele não pode ter realmente poder sobre tudo, do contrário não permitiria que o mal existisse.

Diz-se que mesmo antes de Adão e Eva e do primeiro pecado do homem, já havia no mundo a tal serpente... Diz-se também que Lúcifer foi expulso do paraíso muito antes do homem ser criado, e que portanto a representatividade do mal já existia antes sequer de chegarmos a esta terra. Pois bem, me parece que o homem em sua fé infantil mais peca pela ignorância da realidade divina do que por falta de fé na onipotência de Deus.

De fato, se a intenção de Deus era que todos vivessemos em paz e felicidade eterna, existindo somente no solo fértil e florido da bondade desde o princípio, seria muito estranho, no mínimo, que ele tenha permitido atrocidades como as fogueiras da Inquisição, as Cruzadas, as Guerras Mundiais, as Bombas Atômicas e os atos de Terrorismo... só para citar algumas. Ocorre que, é teoria comum entre as mais variadas correntes de misticismo das mais variadas religiões que, efetivamente, Deus não quis que fossemos criados perfeitos, como autômatos, robôs que já sairam de fábrica sabendo tudo e agindo de forma perfeita... Deus quis que nós aprendêssemos a perfeição, passo a passo, numa longa jornada da qual aparentemente estamos apenas no princípio...

A maldade que há no mundo é tão somente reflexo da maldade que há na própria raça humana, ainda ignorante do grande destino para o qual foi realmente criada: a perfeição! E, se essa perfeição pode se assemelhar a uma equação muito complexa, como aquelas que muitos de nós tiveram grandes dificuldades de resolver quando estudamos matemática ainda jovens, Deus interfere com pequenas mensagens de apoio, que muitas vezes nos apontam um caminho a seguir, mas que nunca irão resolver a equação para nós.

Com suas leis imutáveis, o universo não permite passes de mágica, estamos todos subordinados as leis da física... É verdade que muitas dessas leis ainda estamos por descobrir, mas também é verdade que Deus não irá aparecer no meio da terra e resolver nossos problemas para a gente. Se antes iámos a estádios ver gladiadores lutando até a morte, hoje ao menos vamos apenas ver esportes inofensivos... Estamos numa lenta ascendência moral, mas nossas conquistas se devem a nós, e somente a nós. As dicas, as pequenas mensagens de apoio, Deus nos enviou através de seres proféticos como Lao Tsé, Buda, Jesus ou Santo Agostinho... Mas o principal, a evolução moral em si, depende somente de nós.

Antes interpretar as parcas mensagens que recebemos do Alto e nos guiarmos no caminho certo da consciência de si mesmo, do que nos atermos a alegorias infantis ou esperarmos de Deus exatamente aquilo que ele não quer e não irá nos dar: a salvação. A salvação, se é que existe ou é tão necessária, se faz pela evolução interna, o lento progresso moral, ao qual estamos destinados a percorrer, quer queiramos ou não, por longos e longos séculos de vidas e vidas. O que fazemos hoje, para esta terra e para nosso próprio povo, é o que fazemos a nós mesmos, é a herança que deixamos, pois não teremos outra casa para habitar por um bom tempo. Cuida bem da terra, da natureza e do seu próprio coração, porque quem espera a salvação há de se desiludir mais cedo ou mais tarde. Tudo o que tu és e há de ser, dependerá apenas de si mesmo.

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