Ordo Templi Orientis

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Ordo Templi Orientis (ou O.T.O.) é uma organização ocultista de inspiração maçonica, fundada em 1895 por Carl Kellner, Franz Hartmann e Theodor Reuss, e posteriormente reformulada por Aleister Crowley, tornando-se a primeira Ordem a representar o movimento telêmico.

História

Mesmo tendo sida oficialmente fundada no incício do Séc. XX e.v., a O.T.O. representa a exteriorização e confluência de divergentes correntes de sabedoria e conhecimento esotérico, que eram originalmente divididas e guiados à contra-cultura pela intolerância política e religiosa durante as idades negras. Ela remete às tradições dos movimentos Maçônico, Rosacruciano e Iluminista dos Sécs. XVIII e XIX, às cruzadas dos Cavaleiros Templários da Idade Média, ao recente Gnosticismo Cristão e às Escolas Pagãs de Mistérios. Seu simbolismo contém uma reunificação das tradições ocultas do Ocidente e do Oriente, e a resolução destas tradições permitiu-a reconhecer o verdadeiro valor da revelação do Livro da Lei de Aleister Crowley.

Pai Espiritual

Um austríaco rico, industrial da química do papel, Carl Kellner conhecido pelo mote de Renactus (01/09/1851 — 07/06/1905) foi o Pai Espiritual da Ordo Templi Orientis. Kellner foi um estudante da Maçonaria, do Rosacrucianismo e do Misticismo Oriental, e viajou extensamente pela Europa, América e Ásia Menor. Durante suas viagens, ele alegou ter entrado em contato com três Adeptos (um Sufi, Soliman ben Aifa, e dois Tantristas hindus, Bhima Sena Pratapa de Lahore e Sri Mahatma Agamya Paramahamsa), e uma organização chamada A Irmandade Hermética da Luz.

Em 1885, Kellner encontrou o Dr. Franz Hartmann (1838 — 1912), estudioso Teosófico e Rosacruciano. Mais tarde, ele e Hartmann colaboraram no desenvolvimento da terapia pela inalação de "ligno-sulfito", para o tratamento da tuberculose, a qual formou a base do tratamento do sanatório de Hartmann nas proximidades de Saltzburg. Durante o decorrer de seus estudos, Kellner acreditou ter descoberto uma "Chave" que oferecia uma clara explicação de todo o complexo simbolismo maçônico e que, acreditava Kellner, abriria os mistérios da Natureza. Kellner desenvolveu o desejo de formar uma Academia Maçônica que permitiria habilitar todos os maçons a tornarem-se familiarizados com todos os existentes graus e sistemas maçônicos.

Academia Maçônica

Em 1895 Kellner começou a discutir sua idéia de fundar uma Academia Maçônica com seu sócio, Theodor Reuss (Merlin ou Peregrinus, 28/06/1855 — 28/10/1923). Durante estas conversas, Kellner decidiu que a Academia Maçônica deveria chamar-se "Ordem dos Templários Orientais". O oculto círculo interno desta Ordem (a O.T.O. propriamente dita) deveria organizar-se em paralelo aos mais altos graus dos Ritos maçônicos de Memphis e Mizraim, e deveria ensinar as doutrinas esotéricas Rosacrucianas da Irmandade Hermética da Luz e a "Chave" de Kellner para o simbolismo maçônico. Tanto homens quanto mulheres seriam admitidos a todos os níveis desta Ordem, mas a posse de vários graus da Arte e Altos Graus maçons deveriam ser pré-requisitos para a admissão no Círculo Interno da O.T.O..

Infelizmente, graças aos regulamentos das Grandes Lojas estabelecidas que governavam a Maçonaria Regular, mulheres não podiam ser iniciadas como maçons e assim seriam excluídas por definição da admissão à Ordem dos Templários Orientais. Esta deve ter sido uma das razões pelas quais Kellner e seus associados resolveram obter controle sobre um dos muitos ritos, ou sistemas, da Maçonaria; para reformar o sistema para a admissão de mulheres.

As discussões entre Reuss e Kellner não levaram a quaisquer resultados na ocasião, pois Reuss estava muito ocupado com o renascimento da Ordem dos Illuminati, juntamente com seu associado Leopold Engel (1858 — 1931), de Dresden. Kellner não aprovava a recriação da Ordem dos Illuminati ou Engel. De acordo com Reuss, até sua separação final de Engel, em junho de 1902, Kellner contatou-o e ambos concordaram a proceder com o estabelecimento da Ordem dos Templários Orientais, buscando autorizações para atuar nos vários ritos dos altos-graus da Maçonaria.

Bases Maçônicas

Theodor Reuss, além de ser o líder da rediviva Ordem Bávara dos Illuminati, era também Grande Mestre do Rito de Swedenborg da Maçonaria na Alemanha (patente datada de 26/07/1901, por W. Wynn Westcott), Inspetor Especial da Ordem Martinista na Alemanha (patente datada de 24/06/1901, por Gérard Encausse) e Magus do Alto Conselho alemão da Societas Rosicruciana em Anglia (carta de autorização datada de 24/02/1902, por W. Wynn Westcott). Com auxílio de Kellner, Reuss contatou o estudioso maçônico John Yarker (1833 — 1913), para adquirir patentes para operar três sistemas dos altos-graus da Maçonaria conhecidos como o Antigo e Primitivo Rito de Memphis, de 97°, o Antigo Rito Oriental de Mizraim, de 90°, e o Antigo e Aceito Rito Escocês, de 33° (Conselho de Cernau, Nova York, 1807).

Reuss recebeu cartas-patente de Grande Inspetor Soberano 33° do Rito Escocês de Cernau de Yarker, datando de 24/09/1902. De acordo com uma cópia publicada, Yarker emitiu na mesma data uma permissão para Reuss, Franz Hartmann e Henry Klein operarem um Soberano Santuário 33° — 95° dos Ritos Escoceses, de Memphis e Mizraim. Yarker emitiu uma segunda patente confirmando a autoridade de Reuss para operar nos ditos Ritos em 01/07/1904; e Reuss publicou uma cópia de uma patente de confirmação datada de 24/06/1905. Reuss iniciou a publicação de um periódico maçônico, "The Oriflamme", em 1902.

Estes Ritos, em conjunto com o de Swedenborg, foram adotados como elementos integrais dentro do esquema geral da Ordem. O Rito de Swedenborg, que incluía uma versão dos graus de Arte, em conjunto e o Rito Escocês de Cernau e os Ritos de Memphis Mizraim proveram uma seleção de "altos graus" trabalháveis tão completos como jamais existiu. Juntos, eles proveram um completo sistema de iniciações maçônicas à disposição da Ordem. Com a incorporação destes Ritos, a Ordem estava pronta a operar como um sistema maçônico completamente independente. Reuss e Kellner prepararam juntos um breve manifesto para sua Ordem em 1903, o qual foi publicado no ano seguinte em "The Oriflamme". Kellner morreu em sete de junho de 1905 e Reuss assumiu pleno controle da Ordem. Com auxílio dos co-fundadores Franz Hartmann e Heinrich Klein, Reuss preparou uma Constituição para a Ordem em 1906.

A O.T.O. Dirigida por Reuss

Rudolph Steiner (1861 — 1925), que nesta época era o Secretário Geral do ramo alemão da Sociedade Teosófica, foi patenteado em 1906 como Grande Mestre Delegado de um capítulo subordinado à O.T.O/Memphis/Mizraim e do Grande Conselho chamado Mystica Aeterna em Berlim. Steiner deu fundação à Sociedade Antroposófica em 1912 e encerrou sua associação com Reuss em 1914.

Em 24 de junho de 1908, o Dr. Gérard Encausse (Papus, 1865 — 1916) organizou uma "Conferência Maçônica e Espiritualista Internacional" em Paris, à qual Reuss compareceu. Nesta conferência, Encausse recebeu, sem pagamento, uma patente de Reuss para estabelecer um "Supremo Grande Conselho Geral dos Ritos Unidos da Antiga e Primitiva Maçonaria para o Grande Oriente da França e suas Dependências em Paris". No ano anterior Encausse, juntamente com Jean Bricaud (1881 — 1934) e Luis-Sophrone Fugairon (n. 1846), havia organizado a Églaise Catholique Gnostique, a Igreja Gnóstica Católica, como um cisma da Église Gnostique, uma igreja neo-Albingense fundada em Paris em 1890 por Jules Dionel (1842 — 1903). Acredita-se que Reuss recebeu consagração episcopal e autoridade primal na Églaise Catholique Gnostique de Encausse e Bricaud nesta conferência. O envolvimento de Encausse com a O.T.O., per se, é incerto.

Ainda nesta conferência o Dr. Arnold Krumm-Heller (Huiracocha, 1879 — 1949) recebeu uma patente de Reuss como representante oficial para a América Latina. Krumm-Heller desenvolveu sua própria ordem, chamada Fraternitas Rosacruciana Antiqua (F.R.A.). De acordo com seu filho, Parsival, ele nunca fundou Lojas da O.T.O. ou indicou qualquer oficial da O.T.O..

Reuss e Crowley

Como um jornalista, Reuss viajava freqüentemente à Inglaterra. Em uma destas viagens ele conheceu Aleister Crowley (Baphomet, 12/10/1875 — 01/12/1947), o qual foi admitido aos três primeiros graus da O.T.O. em 1910. Em 21 de abril de 1912 Reuss deu a Crowley uma patente, gratuitamente, indicando-o como Grande Mestre Nacional Geral X° da O.T.O. para a Grã-Bretanha e Irlanda. A indicação de Crowley incluía autoridade sobre os Ritos de língua Inglesa nos graus inferiores (maçônicos) da O.T.O., aos quais foi dado o nome de Mysteria Mystica Maxima, ou M.·.M.·.M.·..

Em primeiro de junho de 1912, uma Grande Loja Nacional para os países eslavos foi estabelecida por Czeslaw Czynski. Franz Hartman morreu em sete de agosto de 1912. Em setembro de 1912 Reuss publicou a "Edição de Jubileu" do "The Oriflamme", que foi a primeira edição a mencionar a O.T.O. em qualquer detalhe, e foi quase inteiramente devotada a assuntos da O.T.O.. Kellner, Reuss e Crowley eram listados como membros de grau X° da O.T.O.. Também em 1912 Crowley publicou o "Manifesto da M.·.M.·.M.·."

A Sucessão de Crowley

Há algumas razões para acreditar que Reuss sofreu um ataque na primavera de 1920 mas isto não está inteiramente certo. Crowley escreveu a W. T. Smith em março de 1943:

"o antigo O.H.O., após este primeiro ataque de paralisia, entrou em pânico pelo trabalho a ser realizado... Ele rapidamente emitiu diplomas honorários do Sétimo Grau a várias pessoas, algumas das quais não tinham direito a nada e alguns deles eram apenas recursos baratos."

Logo após apontá-lo como seu Vice-Rei para a Austrália, Crowley parece haver correspondido-se com Frank Bennett e discutido com ele suas dúvidas acerca da habilidade de Reuss em, efetivamente, continuar a governar a Ordem. Parece que Reuss descobriu esta correspondência; ele escreveu para Crowley uma furiosa resposta defensiva em 9 de novembro de 1921, na qual ele parecia distanciar-se e à O.T.O. de Thelema, a qual ele havia, como visto acima, abraçado. Crowley respondeu à carta de Reuss em 23 de novembro de 1921 e afirmou em sua carta: "É de minha vontade ser o O.H.O. e Frater Superior da Ordem e espero a sua renúncia — para proclamar-me como tal." ele assinou a carta como "Baphomet O.H.O.". No registro de seu diário de 27 de novembro de 1921 Crowley escreveu: "Eu proclamei a mim mesmo como Frater Superior O.H.O. da Ordem dos Templários Orientais." Reuss morreu em 28 de outubro de 1923 e.v..

Em suas "Confissões" Crowley diz que Reuss "abdicou do título [de O.H.O.] em 1922 em meu favor." Em uma carta a Heinrich Tränker, datada de 14 de fevereiro de 1925, Crowley escreveu o seguinte:

"Reuss era de temperamento incerto, e de muitas formas intratável. Em seus últimos anos ele parece ter perdido completamente seu juízo, chegando a acusar o Livro da Lei de ter tendências comunistas, idéia que não poderia ser mais absurda. Ainda assim parece ter tomado algumas decisões acertadas, como ter apontado a você e a Frater Achad, e designado a mim, em sua última carta, como seu sucessor."

Em uma carta a Charles Stansfeld Jones, datada Sol in Capricornius, Anno XX (12/1924 — 01/1925), Crowley disse "na última carta do O.H.O. para mim ele convidou-me a ser seu sucessor como O.H.O. e Frater Superior." A carta de Reuss designando Crowley como seu sucessor como O.H.O. jamais foi encontrada, mas nenhum documento crível surgiu indicando que Reuss havia designado qualquer sucessor alternativo.

A O.T.O. Dirigida por Crowley

Aleister Crowley atuou como Cabeça Externa da Ordem de 1922 até sua morte em dezembro de 1947. O primeiro ato de Crowley como O.H.O. foi reconfirmar as patentes de Jones e Tränker como Grandes Mestres para a América do Norte e Alemanha, respectivamente. Tränker, por recomendação de Jones, convidou Crowley a formalmente assumir a liderança da O.T.O. bem como de várias outras organizações, incluindo o movimento Pansophico, em uma conferência que ocorreria em Hohenleuben, perto de Weida, no verão de 1925. Os outros participantes da conferência eram: Heinrich e Helene Tränker, Karl Germer (Saturnus, 22/01/1885 — 25/10/1962) — nesta época secretário e editor de Tränker —, Albin Grau, Eugen Grosche, Martha Künzel, Henri Birven, um cavalheiro chamado Hopfer, Crowley e seus associados Dorothy Olsen, Leah Hirsig, Norman Mudd, e outros.

Os resultados desta conferência foram vários. Os participantes ficaram divididos sobre os ensinamentos de Crowley e o Livro da Lei, o qual era largamente desconhecido (apenas recentemente fora traduzido para o Alemão). Ocorreram conflitos pessoais também. Fraulein Künzel e Herr Germer postaram-se ao lado de Crowley. Herrn Tränker, Grau, Hopfer e Birven decidiram manter a Loja Pansophica independente de Mestre Therion. Herr Grosche, originalmente ladeou-se a Crowley, mas ele e Germer brigaram, e Grosche decidiu permanecer independente. Após o fechamento da Loja Pansophica, em 1926, Grosche reagrupou alguns ex-Pansophistas para fundar a Fraternitas Saturni. A Fraternitas Saturni reconheceu o status de Crowley como um profeta e aceitou a Lei de Thelema de uma forma modificada mas Grosche insistiu em manter-se independente da O.T.O. e sob sua própria autoridade, e não de Crowley. A Fraternitas Saturni ainda atua na Alemanha, Canadá e outros países e não se apresenta como sendo a O.T.O..

Tränker aparentemente tentou obter para si o título de O.H.O. da O.T.O. em 1925 mas parece não ter sido largamente reconhecido como tal e cessou seus esforços neste sentido em 1930, quando ele e H. Spencer Lewis começaram juntos a trabalhar diretamente (mas sem sucesso) para o estabelecimento de um ramo alemão da A.M.O.R.C..



Graus

O Manifesto da M.·.M.·.M.·. deu o seguinte esquema de organização da Ordem:

  • O° MINERVAL
  • I° M.
  • II° M.
  • III° M.
  • PI
  • IV°, Companheiro do Santo Arco Real de Enoch.
    • Príncipe de Jerusalém.
    • Cavaleiro do Leste e do Oeste.
  • V°, Príncipe Soberano da Rosa Cruz. (Cavaleiro do Pelicano e águia.)
  • Sócio do Senado de Cavaleiros Filósofos Herméticos, Cavaleiros da águia Vermelha.
  • VI°, Ilustre Cavaleiro (Templário) da Ordem de Kadosch, e Companheiro do Santo Graal.
    • Chefe Inquisidor principal, Sócio do Tribunal Principal.
    • Príncipe do Segredo Real.
  • VII°, Inspetor General Principal Soberano Muito Ilustre.
    • Sócio do Conselho Principal Supremo.
  • VIII°, Pontífice Perfeito dos Illuminati.
  • IX°, Iniciado do Santuário do Gnosis.
  • X°, Rex Summus Sanctissimus (o Rei Supremo e mais Santo).

Desta forma, em 1912, Crowley e Reuss haviam condensado o sistema da Arte e dos altos-graus maçons em um sistema viável de dez graus numerados que incorporava os ensinamentos e simbolismo de um certo número de sociedades ocultistas e místicas. Os três graus da Academia Maçônica de Kellner formavam os graus VII°, VIII° e IX° deste sistema. O décimo grau (X°), "Rex Summus Sanctissimus", ou "Supremus Rex", designava o Grão Mestre Geral Nacional da O.T.O para um determinado país, região ou grupo lingüístico. A suprema autoridade da Ordem, internacionalmente, era chamada de "Frater Superior" ou Cabeça Externa da Ordem ("Outer Head of the Order" — O.H.O.).

Os Grãos Mestres Gerais Nacionais tinham a autoridade para indicar seus próprios representantes, chamados "Vice-Reis", em outros países de mesmo idioma dominante. Vice-Reis podiam ainda serem levados ao X° pelo O.H.O.. Dos Grãos Mestres Gerais Nacionais esperava-se que conduzissem os negócios da O.T.O. de acordo com a Constituição da O.T.O., mas em grande escala fora da supervisão diária do quartel-general internacional ou "Escritório Central".

O Manifesto da M.·.M.·.M.·. incluía fotografias da mansão de Crowley na Escócia, chamada de Boleskine, a qual servia como "Casa de Ofícios" da Ordem. Incluía também uma lista de taxas e mensalidades para cada grau, bem como uma lista de "taxas de afiliação", onde maçons poderiam afiliar-se diretametne no nível correspondente ao seu próprio grau na Maçonaria. Estas listas foram reimpressas na edição de 1914 de "The Oriflamme", junto com os títulos de graus do Manifesto de Crowley traduzidos para o Alemão.

Em 1912, o sistema da O.T.O., apesar de suas várias influências, permanecia principalmente maçônico. Na Edição de Jubileu de "The Oriflamme" Reuss definiu a O.T.O. como "uma ordem não pura e simplesmente maçônica, mas cada membro de nossa Ordem, homem ou mulher... deve proceder através dos graus de artesão da Maçonaria, mesmo aqueles dos mais altos-graus da Maçonaria, antes de serem iluminados e iniciados membros de nossa Ordem." Contudo, a Grande Loja Unida da Inglaterra, a quem Crowley tecnicamente devia aliança, objetou a aceitação de Graus de Artesão na Inglaterra fora de sua jurisdição e objetou a admissão de mulheres na Maçonaria. Ainda assim, Crowley incluiu o seguinte texto em seu Manifesto da M.·.M.·.M.·.:

"A O.T.O., ainda que uma Academia Maçônica, não é um Corpo Maçônico posto conceder os graus de artesão no sentido no qual esta expressão é normalmente entendida na Inglaterra; e assim não há conflitos com ou infração aos justos privilégios da Grande Loja Unida da Inglaterra"

Em 15 de fevereiro de 1913 Crowley adotou uma Constituição para a M.·.M.·.M.·., submetida à Constituição Geral da O.T.O.. Em 19 de março de 1913, Crowley e Reuss unidos deram patente a James Thomas Windram (Mercurius, 1877 — 1939) como representante oficial da O.T.O. na áfrica do Sul. Posteriormente, em 1913, visitando Moscou, Crowley compôs a Missa Gnóstica, a qual ele "preparou para o uso da O.T.O.. a cerimônia central de sua celebração pública e particular, correspondendo à Missa da Igreja Católica Romana."

A I Guerra Mundial estourou em 28 de julho de 1914. Crowley mudou-se para Nova York em outubro deste mesmo ano; passando o ano seguinte trabalhando como escritor para os periódicos de George Sylvester Viereck, "The Fatherland" e "The International", e como editor-chefe posteriormente. Em dezembro de 1914, Crowley indicou Charles Stansfeld Jones (Parzival, 1886 — 1950) como Grão Inspetor Geral Soberano VII° e seu representante pessoal na cidade de Vancouver. Em março de 1915 Windram indicou Ernest W. T. Dunn VII° (Maximus) como Vice-Rei atuante para a Australásia.