Roger Bacon

From Wiki
Revision as of 13:57, 17 August 2010 by Deldebbio (talk | contribs) (→‎Biografia)
(diff) ← Older revision | Latest revision (diff) | Newer revision → (diff)
Jump to navigationJump to search
Roger Bacon

Roger Bacon ou Rogério Bacon OFM, (Ilchester, Somerset, 1214 — Oxford, 1294), também conhecido como Doctor Mirabilis (Doutor Admirável em latim), foi um dos mais famosos frades de seu tempo.

Biografia

Ele foi um filósofo inglês que deu bastante ênfase ao empirismo e ao uso da matemática no estudo da natureza. Estudou nas universidades de Oxford e Paris. Contribuiu em áreas importantes como a Mecânica, a Filosofia, a Geografia e principalmente a Óptica.

Bacon viveu um período onde o influxo de textos vindo do mundo árabe revolucionava a vida intelectual do ocidente europeu, e ele foi bastante influenciado por eles e viria a ser um dos primeiros europeus de seu tempo a ensinar a filosofia de Aristóteles.

Por volta de 1240 ingressou para a Ordem dos Franciscanos, onde, fortemente influenciado por Robert Grosseteste, dedicou-se a estudos nos quais introduziu a observação da natureza e a experimentação como fundamentos do conhecimento natural. Roger Bacon vai um passo além de seu tutor e descreve o método científico como um ciclo repetido de observação, hipótese, experimentação e necessidade de verificação independente. Ele registrava a forma em que conduzia seus experimentos em detalhes precisos a fim de que outros pudessem reproduzir seus experimentos e testar os resultados - essa possibilidade de verificação independente é parte fundamental do método científico contemporâneo.

Seus avanços nos estudos da Óptica possibilitaram a invenção dos óculos e seriam em breve imprescindíveis para a invenção de instrumentos como o telescópio e o microscópio.

Bacon sempre defendeu que a autoridade religiosa não devia ser seguida acriticamente e em 1272 escreveu uma obra na qual criticava a metodologia usada pelo clero de sua época, defendendo que a principal fonte de conhecimento é o próprio livro Sagrado, não suas vertentes de então, que eram extremamente valorizadas.

Ele propagou o conceito de "leis da natureza", fato importante num período do século XIII em que estavam ocorrendo constantes modificações no pensamento filosófico e na filosofia da natureza. "Seus escritos, na verdade, mostram as virtudes e não os vícios da escolástica - a mistura do dogma religioso com a filosofia, que era a marca registrada do pensamento da intelectualidade ocidental entre os séculos IX e XV." (Ronan, Colin A. História Ilustrada da Ciência, volume 2. Universidade de Cambridge. pp. 142 e 143).

Em 1277, proposições relacionadas à astrologia de Bacon foram condenadas por Tempier, bispo de Paris. Por sua vez, Bacon promoveu uma defesa de seus pontos de vista publicando a obra Speculum astronomiae.

Alquimia

Roger Bacon também se destacou pelo seu trabalho de alquimia, prática que, embora condenada pela Igreja medieval, ele exercia em segredo. Ele foi acusado de convocar os elementos da natureza, cria um espelho que podia revelar o futuro e esculpir um busto capaz de falar. Bacon deu uma enorme contribuição para a arte hermética. Uma famosa citação dele era a que ele comparava o trabalho alquímico com uma horta: mesmo se colhesse o que não pretendia, ter-se-ia cultivado e melhorado a colheita. Descobrira a pólvora, era capaz de acender uma vela com uma lente e seus estudos contribuíram para o desenvolvimento de um telescópio primitivo, que mais tarde seria criado por Galileu. Após seu trabalho ser descoberto pela Igreja, foi perseguido e preso por dez anos. Morreu pouco após sua liberdade ser concedida pela Inquisição, com oitenta anos de idade.

Na obra "O nome da Rosa", do escritor italiano Umberto Eco, é feita menção a Roger Bacon. Segundo o autor, ele seria fonte de inspiração para o franciscano Guilherme de Baskerville, personagem central daquela obra. Assim como Bacon, frei Guilherme é um crítico da Igreja Católica, tem pontos de vista que destoam da grande maioria do clero da época, e pratica artes reprovadas pela Igreja, como práticas de alquimia.