Bienal do Livro – Hordas goblinóides
Depois do final de semana movimentado, onde já conseguimos pagar o investimento do stand, começam as chamadas “hordas bárbaras”, ou seja, a visitação escolar.
A visitação escolar consiste em levar para a bienal cerca de 180.000 alunos das escolas credenciadas, somados a outro tanto de alunos que são levados para lá sem estarem credenciados (tipo “hoje vamos para a bienal”). Durante a manhã e a tarde, os corredores são invadidos por hordas de goblins. Os moleques seguem a lei de Murphy que diz que quanto mais remelento e de mãos sujas for o moleque, mais caro será o livro que ele pensa que irá folhear…
Algumas classes de moleques remelentos recebem dinheiro da CBL para gastar na Bienal. os guris recebem vales-livros no valor de R$3,50 (que chamamos de trinqüenta em homenagem ao Southpark) que, na prática, não valem para nada já que a imensa maioria dos livros na Bienal custa mais do que 10,00. Durante a manhã, nos divertimos vendo o desespero de editoras chiques de livros franceses, de arte, medicina e outros tentando afugentar os moleques com sorvete na mão tentando entrar em seus stands, enquanto editoras de encalhes enchem o bolso vendendo porcarias tipo “poster dos rebeldes” a exatos 3,50 ou toneladas mangás. A febre foi tanta que até mesmo o Maurício de souza resolveu entrar na onda e vender a “turma da Mônica Mangá”… sim, crianças, agora Cebolinha não fala mais errado, a Magali está preocupada com a balança e com alimentação saudável, a Mônica tem peitinhos e o Cascão toma banho… estou esperando os hentais cairem na net.
Decidimos fazer nossa inclusão social e vendemos o AnimeRPG a preço abaixo do custo para formar uma tentativa de público RPGista… foram uns 120 até agora, o que considero uma grande vitória, dado o caos que se instala… outro detalhe é que tem de ser uma venda-relâmpago, já que as professoras deixam as crianças cerca de 10 segundos por stand… sorte que temos Astaroth, nosso dragão de estimação que hipnotisa as crianças, fazendo com que elas fiquem paradas na frente do nosso stand tempo suficiente para que os vendedores apresentem o “jogo do Naruto” para elas.
Mas a grande sacada mesmo é apresentar o RPGquest para os professores. Basta explicar a eles que desenvolvemos um “jogo que parece videogame, mas que serve para ensinar matemática para crianças pequenas” que conseguimos toda a atenção deles pelo tempo que quisermos.
A tarde é lotada até umas 16h, quando a Bienal fica quase vazia. Foi o tempo de ir para reuniões, almoçar, visitar os outros stands e fazer negociações. O grosso dos contatos com distribuidoras e lojistas já foi feito na quinta e sexta feira (e só pela quinta e sexta a Bienal já teria valido a pena para a Daemon, tamanha a quantidade de negócios que fechamos). Durante a noite, o clima é tão parado que passei os dois dias até agora batendo papo com os irmãos no stand mais fabuloso de toda a Bienal, o stand da Madras.
Hoje que acabei marcando uma reunião com o pessoal da Coordenadoria do sistema Municipal de Bibliotecas. A missão? colocar pelo menos uma Enciclopédia em cada biblioteca de São Paulo.
Fica a dica: vá de carro mas pare o carro no estacionamento alternativo, que fica perto da estação tietê e pegue o ônibus gratuito até a Bienal. O estacionamento do Anhembi é uma facada.