O Poder dos Sons
Autor: José Laércio do Egito – F.R.C.
Para que se possa compreender perfeitamente a razão de ser dos Hinos, Mantras, e Vocalizações (entoações de vogais) é mister que se tenha em mente que os sons são vibrações e como tais são capazes de desenvolver ações físicas. Um som não é apenas um fenômeno acústico, portanto ele é algo capaz de influenciar não apenas o órgão da audição, mas também produzir outras manifestações físicas. A física conhece perfeitamente o efeito da ressonância que pode se fazer presente em tudo, pois a estrutura da natureza é essencialmente vibratória.
Para que possamos sentir o que foi dito antes vamos tentar examinar uma pequena faixa de ondas, aquela em que se situam os fenômenos acústicos. Ninguém põe em duvidas as citações seguintes, por serem elas suficientemente reintegradas nos anais das ciências Clássicas, mesmo que algumas delas pareçam referências absurdas.
Um som ritmado, como o marchar cadenciado de soldados, pode fazer desmoronar pontes, por isto quando tropas atravessam-nas geralmente o fazem em marcha desordenada, pois o marchar ritmado pode determinar uma sobrecarga vibratória por ressonância suficientemente forte para acarretar um rompimento físico da estrutura sólida. Isto foi o que certa vez ocorreu numa ponte em Amienes, na França. Por essa razão é que desde então um pelotão geralmente evita atravessar uma ponte marchando.
Os sons produzidos por aviões a jato acarretam problemas de diferentes naturezas. Sabe-se que a grande maioria dos ovos incubados próximos das rotas de aviões a jato não geram devido às vibrações produzidas pelo ruído das turbinas. Esse mesmo ruído é capaz de rebentar vidros e outros objetos frágeis. As naves aéreas quando ultrapassam a barreira do som originam ondas de choque que rebentam vidros e causam uma infinidade de outros inconvenientes. O grande tenor Caruzo era capaz de rebentar uma taça de cristal unicamente pela emissão vocal de certas notas musicais. Na França um edifício onde funciona um Instituto de Pesquisas Físicas de Ultra-sons, embora ninguém escutasse som algum, mesmo assim durante certas experiências físicas ali realizadas começou a apresentar rachaduras. Depois ficou comprovado que o problema tinha como causa as vibrações sonoras, mesmo em nível de ultra-sons.
Algumas construções históricas, entre elas o Coliseu de Roma, estão ameaçadas de desmoronamento em decorrência de vibrações de trânsito, especialmente as sonoras.
Os sons, além de um certo limite de decibéis, causam lesões no aparelho auditivo de gravidade variável, podendo chegar a um limite máximo de produzir surdez. Quaisquer barulhos podem ser prejudiciais aos ouvidos assim como determinar outras alterações orgânicas. Mesmo o buzinar de um veículo determina quebra acentuada na postura das aves, por isto hoje se evitam os aviários às margens das rodovias.
Por outro lado, as aves quando submetidas a uma música adequada apresentam uma postura mais prolongada. Também as vacas conforme a música e outros sons podem produzir maior quantidade de leite e isto de uma maneira tão evidente que certos produtores americanos e europeus estão utilizando musica ambiental nos estábulos.
Certas bactérias capazes de resistir ao calor ou ao frio intenso morrem rapidamente ao serem submetidas a certos níveis sonoros, por isto atualmente a esterilização de materiais muito sensíveis ao calor está sendo feito por meio de ultra-sons.
A medicina emprega sobejamente os sons como meio curativo. Comumente ela utiliza aparelhos de ultra-sons que geram sons de baixa freqüência, praticamente inaudíveis para o homem, mas que determina uma série imensa de ações sobre o organismo. Várias moléstias são suscetíveis de tratamento com tais aparelhos.
Além da ação física propriamente dita, os sons têm uma enorme capacidade de produzir efeitos mentais das mais diferentes naturezas. Assim é que há sons que irritam as pessoas, como por exemplo, o chiado de um grilo, uma goteira numa lata, o ranger de uma serra sobre um metal, giz em quadro negro, e uma infinidade de outros ruídos. Por outro lado há sons que acalmam e agradam, haja vista a música lenta e melódica. Mas, mesmo em se tratando de música há aquelas que estimulam certas condições psíquicas, como as músicas que despertam os sentimentos patrióticos, a coragem e a combatividade. Há músicas, como as sacras, que levam a alma a um estado místico profundo, como há as que estimulam o repouso, enquanto outras podem despertar tristezas e melancolias. Não restam dúvidas de que os sons têm poder de despertar estados psíquicos especiais. Portanto, vemos com estes exemplos, entre milhares de outros, que uma vibração sonora pode determinar condições as mais diversas sobre o campo onde ela se manifesta, e que os seres vivos são altamente sensíveis aos sons.
Vimos também que os sons podem acarretar alterações no organismo vivo, portanto é de interesse saber quais são as alterações possíveis, em que níveis e em que intensidade elas ocorrem. Certamente ninguém está em condição de afirmar isto com precisão, pois se trata de um campo altamente inexplorado pela ciência atual, mas, se é desconhecido para a ciência oficial, também o será para outras ciências? Será que não existem ciências que tenham conhecimentos do assunto em profundidade? Talvez sim, então não se deve negar que o homem por vias diferentes daquelas preconizadas pela ciência oficial pode haver descoberto uma série de coisas ainda não oficialmente aceitas. Isto tem acontecido a amiúde. Por exemplo, até bem pouco tempo a ciência oficial dizia não existir a “aura” dos seres vivos citada pelos sensitivos, até que isso foi evidenciado por meios técnicos. O campo bioplasmático, portanto, acabou sendo fotografado e a ciência teve que aceitar isso, mesmo que ela haja contradito isso no passado e denominado de fantasiosas aquelas pessoas que afirmavam ver um halo em torno do corpo das pessoas.
As descobertas podem ocorrer por via dedutiva e também por via indutiva. Assim os conhecimentos existentes na terra podem perfeitamente ter surgido por quaisquer dessas vias. Ninguém sabe quantas vezes a terra já foi palco para civilizações que atualmente estão sepultadas na névoa dos tempos e que cultivaram ramos das ciências especializados exatamente em usos incomuns dos sons.
Seja como for que o leitor encare essas informações, uma coisa, porém é certo, o som determinam modificações apreciáveis nos seres vivos, pois quando determinados sons são emitidos, certas células do organismo vibram e isto não é nada de espetacular, é uma lei normal de acústica que se cumpre.
No mundo há muitas coisas curiosas a respeito do poder dos sons. Por exemplo, no Templo de Shivapur da Índia, dizem existir uma pedra em frente à porta de entrada e que tem a peculiaridade de ao ser tocada com um dedo por onze pessoas pronunciando as palavras “QMAR ALI DEVIXE” a pedra se torna sem peso e flutua, embora ela pese 41 Kg. Ao ser pronunciada aquela frase com uma certa tonalidade a pedra é erguida sem qualquer esforço por parte das pessoas até uma altura de dois metros e em seguida ela cai após um segundo.
Infelizmente o homem tem utilizado muito pouco do poder dos sons, especialmente na área da saúde. Em algumas civilizações desaparecidas o poder dos sons foi a base de um sistema completo de cura, mas todos aqueles conhecimentos ficaram perdidos, ou melhor, foram destruídos em muitas ocasiões, especialmente no incêndio da Biblioteca de Alexandria.
Atualmente só um pouco resta da ciência hermética dos sons, apenas um mínimo voltou a ser redescoberta, especialmente pelos pitagóricos. Muitas pessoas podem duvidar de que os sons podem se constituir uma das principais artes de curar, mas queiram ou não queiram eles curam. Quando um médico utiliza um aparelho de ultra-sons para o tratamento de uma inflamação, para deter a formação de um abscesso, ou para a cura de um artritismo, ele simplesmente está emitindo e dirigindo uma onda sonora diretamente para o nível da lesão que pretende curar. Assim, se obtém efeitos especiais tais como o facilitar a circulação local pela dilatação dos vasos sangüíneos e algumas outras alterações que os sons são capazes de provocar e assim forçar o reequilíbrio na região afetada.
Se uma emissão sonora produzida por um aparelho pode curar uma enfermidade, perguntamos então a razão pela qual se deve duvidar de que os sons produzidos por instrumentos musicais, ou mesmo pelas cordas vocais, não possam fazer o mesmo.
O uso dos sons é uma arte perdida, houve povos na Antigüidade que curavam somente com os sons. Não somente as funções somáticas, como também a função psíquica era restabelecida pelas ondas sonoras adequadamente dirigidas.
Para cada função orgânica existem sons capazes de provocar alterações. Assim sendo, há sons que estimulam as funções renais, hepáticas (Hoje a ciência vem redescobrindo as possibilidades de cura oferecidas pelos sons assim é que redescobriu que os cálculos renais podem ser fragmentados com ultra-sons). Por outro lado há sons que provocam lesões e congruentemente, doenças. Há sons adequados para tudo no organismo, infelizmente isto foi esquecido em parte e hoje até mesmo chega-se a duvidar da eficácia do poder dos sons, embora eles realmente funcionem a maior parte dos resultados é decorrente do efeito de ressonância.
No tratamento das doenças, sem sombra de dúvidas, o poder dos sons muitas vezes é mais eficiente do que o próprio poder das drogas químicas. Os medicamentos químicos muito freqüentemente agem destruindo, enquanto os sons quando bem orientados podem com certa facilidade restabelecer a harmonia do organismo sem provocar-lhe danos e assim dispensa a ação tóxica de muitos remédios atuais. Se os sons são pouco utilizados no tratamento das pessoas isto decorre do conhecimento haver sido perdido há muitos séculos. Tudo o que restou foram uns poucos conhecimentos sob a guarda das Fraternidades Secretas. Restaram apenas fragmentos da arte completa, e ninguém tem certeza de que aquilo que algumas doutrinas ensinam atualmente sobre isso seja realmente algo benéfico, pois o poder invisível da “conjura” que tudo corrompe certamente não deixou passar em branco algo tão valioso como o uso dos sons. Por certo a “conjura” também provocou alterações nesse conhecimento sempre tendo em mente os fins maléficos a que sempre se propôs.
O pouco uso que hoje se dá à arte dos sons deve-se também ao fato do ser humano ser comodista demais por natureza, sendo assim ele acha mais fácil deglutir um comprimido, ou tomar uma injeção, do que passar algum tempo sob o efeito de ondas sonoras. O homem atual quer se curar num minuto, por isto ele não aceita coisas como os “mantras e as vocalizações como forma de tratamento. A vida moderna, infelizmente, exige velocidades, e a cura pelos sons muitas vezes é um tanto mais lenta do que aquela levada a efeito por sistemas místicos, mesmo que esta seja uma forma muito mais perfeita e harmônica. A emissão de sons durante vários minutos, várias vezes por dia, é para o homem moderno mais cansativo do que a deglutirão de uma pílula ou a ingestão de uma colherada de xarope, por isto ele muitas vezes dá preferência a esse tipo de tratamento”.
Muitos julgam que a saúde depende de medicamentos químicos, quando na realidade ela depende do EQUILÍBRIO DA ENERGIA VITAL. O grande poder de curar que certas pessoas são dotadas reside no saber conservar a sua energia sutil mantendo-a suficientemente intacta para usá-la, entre outras coisas, no tratamento da saúde.
Os medicamentos químicos levam o organismo a um estado de aparente cura, pois é um sistema violentador, lesivo para o organismo, muitas vezes curando uma coisa na medida exata em que gera uma outra ainda pior, num processo de “cura substituta”, apenas. Há a substituição de uma manifestação mórbida por outra, às vezes menos incômoda, mas suficiente para tornar o paciente dependente perpétuo da medicação química.
Qual os medicamentos ingeridos por Buda, por Jesus e por tantos outros avatares? – Por ventura Jesus ficou doente algum dia? – Não, pois Ele era e é a própria saúde. Qual o segredo de muitos Ioguins que vivem um número de anos muito além da média considerada normal? – Qual a fonte de juventude de alguns místicos, de muitos Rosacruzes, por exemplo? – Qual o segredo de alguns Patriarcas Bíblicos que viveram séculos?…