Saint Yves D'alveydre

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Saint-Yves d-Alveydre

Joseph Alexandre Saint Yves, nasceu em Paris no dia 26 de março de 1842, à uma e meia da manhã, era filho de um médico alienista, morreu de um ataque cardíaco no dia 5 de fevereiro de 1909, em Pau, onde fora repousar.

Biografia

Em sua juventude sofreu muito com seu pai, este, era adepto dos métodos repressivos em matéria de educação, que decidido a aniquilar o caráter revoltado e indomável do jovem, e após inúmeros incidentes nos quais suas personalidades se chocaram, resolveu interná-lo numa colônia agrícola correcional, em Metray (Inpre et Loire).

Diante disso, Saint Yves ficou mais revoltado, mas esta colônia era dirigida por Frederic Augusto de Metz, homem inteligente, que conseguiu orientar o seu espírito e a sua agressividade para a leitura e ensinou-lhe certos princípios filosóficos, dentre os quais: "Tudo pela liberdade, nada pelo constrangimento".

Um incidente entre Saint Yves e um professor, levou seu pai a tomar novas medidas rigorosas, mas que não impediram o jovem de ser aprovado no exame de bacharelado. Sendo menor de idade, foi incorporado à força num regimento da infantaria da marinha. O Sr. Metz intervindo novamente, obteve licença para Saint Yves estudar medicina naval na escola de Brest. Depois deste episódio, Saint Yves ficou doente e foi libertado aos 22 anos da sorte que lhe haviam destinado, podendo finalmente optar pelo que lhe agradava.

De Metz sabendo da tendência literária de seu aluno, orientava-o na escola das suas leituras, indicava-lhe: Joseph de Maistre, Bonald e Fabre d´Olivet. Este último, seduzia-o apesar de lhe apresentarem-no como "um espírito extraviado, inimigo da fé cristã e adepto do paganismo".

Fabre d´Olivet propunha uma filosofia do mundo com base no pitagorismo e na tradição iniciática. Saint Yves, escrevia mais tarde: "A medida que me desinteressava de Joseph de Maistre e de Bonald, gostava cada vez mais de ler Fabre d´Olivet, devo confessar para minha vergonha, que essas referências, em vez de me desencorajarem, despertaram em mim o interesse por este autor. Um pagão religioso em pleno século XIX, isso respondia às minhas curiosidades, às minhas ânsias de liberdade e de análise".

A partir daí, passaria a maior parte de sua vida a analisar e a ampliar a filosofia do seu primeiro mestre, tentando integra-la dentro de perspectivas mais cristãs. Seu desejo era consagrar-se unicamente à uma reflexão aprofundada acerca da história e do destino da huma-nidade. Durante 4 anos, Saint Yves viveu em Jersey, local onde estavam refugiados grande número de exilados políticos do Segundo Império.

Em 1872 Saint Yves regressa à Paris. Conseguiu trabalho de escriturário no Ministério do Interior. Sua memória prodigiosa e o trabalho constante permitiram-lhe armazenar uma considerável bagagem intelectual, inútil na situação em que se encontrava no momento mas que seria valiosa para os seus futuros trabalhos. Os contatos que teve durante aqueles anos de pobreza proporcionaram-lhe um enriquecimento espiritual.

As poucas obras que escreveu nesta época, não apresentavam interesse, eram sobretudo versos: Heures, Les clés de l´orient, Le testament Iyrique e outras.

Porém, a fortuna apareceu-lhe na pessoa de uma mulher bela, inteligente e rica: a condessa Marie Keller, que foi-lhe apresentada nos salões da Biblioteca do Arsenal e que em breve desposaria. Ela era viúva do conde Keller, pertencia à alta sociedade, diziam que era aparentada com as mais nobres famílias, sua mãe, também condessa, era irmã da Sra. Hauska, era confidente e mais tarde esposa da Honoré de Balzac.

Essa união foi o casamento de duas inteligências e abriu a Saint Yves, novas perspectivas, sobretudo porque a condessa keller, receando a desigualdade de condições sociais, conseguiu que o Papa lhe concedesse o título de Marquês de Alveydre em 1880.

O Marquês Saint Yves finalmente iria realizar os seus sonhos, a fortuna da mulher e o brilhante círculo de relações de ambos, permitiram-lhe encarar o futuro com otimismo, as condições favoráveis de trabalho fizeram o resto, Saint Yves instalou-se num luxuoso hotel particular da rua Vernet, em Paris.

Iniciando a sua jornada literária, quis mostrar às populações bretanhas, que o mar era uma fonte de riquezas agrícolas, industriais e comerciais, desenvolvendo a indústria das algas marinhas, descobriu mais de 30 aplicações das plantas marinhas.

No fim de sua vida, Saint Yves passou novamente por dificuldades financeiras, não soube gerir a fortuna da mulher. Em 1893 viu-se obrigado a trocar o Palacete da R. Vernet por uma casa mais modesta em Versalhes. Pouco tempo depois, enviuvou, transformou o quarto da mulher, numa câmara ardente, onde ia constantemente comunicar-se com sua alma.

Um de seus discípulos, Barlet, escreveu: "Este gênero de comunicação nada tinha em comum com o espiritismo, o qual sempre condenou suas práticas através das suas doutrinas. Ele não tinha nenhuma faculdade mediúnica e não se servia de nenhum médium; as suas cerimônias, bastante sagradas, eram de um mundo completamente diferente".

Esses, atos, suas experiências de desdobramento faziam parte de um saber secreto que Saint Yves nunca quis divulgar, ele afirmava: "Se publicasse tudo aquilo que sei, integralmente, metade dos habitantes de Paris ficariam loucos, a outra metade histérica.

O Arqueômetro

Arqueometro

Foi a alma de sua mulher, durante seus contatos, que lhe inspirou a idéia do Arqueômetro, o instrumento de precisão das altas ciências e das artes correspondentes, o seu transferidor cosmométrico, a sua bitola cosmológica, o seu regulador e o seu revelador homológico. O Arqueômetro devia assegurar a arquitécnia, síntese das possibilidades religiosas, científicas e estéticas do homem.

Este instrumento é um círculo dividido em zonas concêntricas e em triângulos, onde letras do hebraico, do sânscrito e do Vattan, números, notas musicais, cores, sinais astrológicos; formavam combinações que permitiam aos músicos, pintores, arquitetos, poetas, fazerem criações exprimindo o ideal perfeito da humanidade.

Nele Saint Yves explicou a forma de realizar a estrutura musical de uma catedral ou a arquitetura falante de um canto. Esta obra que o consagrou era precedida de uma androgonia, a história da formação do homem, foi publicada em 1911.

Saint Yves obteve a patente de invenção do Arqueômetro em 26 de junho de 1903.

Sua Morte

Após sua morte em 1909, foi enterrado perto do túmulo de sua mulher, em Versalhes, num túmulo construído através do Arqueômetro. Barlet, então o Grão Mestre da Rosa Cruz Cabalista, disse: "Saint Yves estará sempre conosco para nos inspirar e nos guiar, acrescentando: não se trata de uma alusão aos procedimentos espíritas de comunicação com as almas dos mortos, mas de uma presença mental. Tenho os motivos mais sérios e o dever de afirmar que a alma de Saint Yves repousa em paz numa região inacessível à nós, e que toda evocação desta alma, verdadeira profanação segundo as suas próprias teorias, teria sobretudo, o efeito de perturbar perigosamente a do evocador".

Foi fundador, em Paris, do Instituto Internacional de Altos Estudos; Papus o considerava o seu mestre intelectual, tanto que em sua homenagem, fundou a Sociedade "Os amigos de Saint Yves".

Links Externos

http://www.hermanubis.com.br/Biografias/BioSaintYves.htm - Biografia no site Hermanubis.