Os Orixás e a Kabbalah – parte 2

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Antes de prosseguir com a história da Maçonaria, conforme prometido, farei uma pequena pausa para explicar aos leitores do S&H a respeito dos Orixás na cultura afro-brasileira e sua correlação direta com a Kabbalah e com a estrutura da Árvore da Vida. Muita gente esquece que o Egito fica na África e que os cultos antigos africanos tiveram origem nas mesmas fontes que o culto judaico (e posteriormente Cristão e Católico). Quem pegou este post primeiro, seria melhor começar a ler por este post AQUI.

Semana passada fizemos as primeiras correlações entre os Orixás e as Sephiroth:

Agora escalamos a Escada de Jacob até Briah, o Mundo criativo, onde residem mais quatro Orixás:

Oxalá

Oxalá, Orixalá ou Oxalufan é a primeira forma de orixá que foi criada por Olorun, no início dos tempos, sendo associado ao ar, que existia antes da criação da Terra, e também à água do início da existência. Oxalufan está ligado à cor branca, ou incolor, sendo o primeiro na hierarquia dos fun-fun (os que vestem branco). Detém o axé da criação de todos os seres da Terra. Está ligado à gênese do universo e foi o primeiro orixá criado por Olorun. Representa a maturidade, a sabedoria e o equilíbrio. Veste-se inteiramente de branco, sendo responsável pela manutenção da paz e da tranqüilidade entre os seres criados.

Na mitologia africana, é considerado o pai de todos os orixás e de todos os seres vivos, sendo, por esse motivo, constantemente reverenciado em festas públicas e diversos rituais. Está sempre presente nas antigas lendas, representando a figura veneranda de um pai. Sua posição é muito destacada, tendo o respeito de todos os orixás, que se curvam à sua presença.

Oxalá (o Sol) é pai de todos os principais Orixás, junto com Iemanjá (a Lua), dos quais simbolicamente resultam do Casamento Alquímico de Osíris-Ísis. Corresponde a Jesus Cristo na mitologia católica, a Apolo, Buda, Krishna, Mithra, Baldur e todos os deuses solares dos Panteões.

A Correspondência sefirática de Oxalá é Tiferet.

Ogum

Divindade masculina iorubá, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal, Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exú, está mais próxima dos seres humanos. O Guerreiro sempre foi a figura mítica do deus mais invocada, já que é sua função realizar no astral as guerras que os seres humanos não conseguem travar ou vencer na sua luta cotidiana.

Foi uma das primeiras figuras do candomblé incorporada por outros cultos, notadamente pela umbanda, onde é muito popular. É sincretizado comumente com São Jorge, tradicional guerreiro dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.

Ogum é aquele que gosta de iniciar as conquista mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas. Na África Ogum é o Deus do ferro ,a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim, seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam o ferro: ferreiros, barbeiros etc…É por extensão o orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia.

Tem correspondência com Thor, Ares, Hefaestus, Marte, Vulcano, Bodicea, Indra e Hórus. Com todos os deuses ligados à guerra ou ao manejo do ferro.

A Correspondência sefirática de Ogun é Geburah.

Oxóssi

Numa visão antropológica os orixás são vibrações de energia, cada um numa faixa própria, com as quais os seres humanos se identificam, o que justifica a existência de “filhos” de diferentes orixás. Numa visão teológica, os orixás são divindades s serem respeitadas e cultuadas por seu filhos, que com eles entrariam em contato através de diferentes rituais disseminados na cultura tribal africana e que no Brasil estão agrupados sob o rótulo de uma religião: o Candomblé e a Umbanda.

Nesse sentido, dois orixás iorubás fogem da tradição básica: o mago Ossain, o solitário senhor das folhas e Oxóssi , o caçador. Ambos são irmãos de Ogum na maior parte das lendas e possuem o gosto pelo individualismo e o ambiente que habitam: a floresta virgem, as terras verdes não cultivadas. A floresta é a terra do perigo, o mundo desconhecido além do limite estabelecido pela civilização iorubana, é o que está além do fim da aldeia. Nela o homem não tem a proteção da organização social, do maior número de pessoas. Os caminhos não são traçados pelas cabanas, mas sim pelas árvores, o mato invade as trilhas não utilizadas, os animais estão soltos e podem atacar livremente. É o território do medo. Oxóssi é o orixá masculino iorubá responsável pela fundamental atividade da caça. Ossain é o Senhor do conhecimento de todas as ervas e também do Ifá.

Esta correlação de Chesed com o Santo Graal Cristão, detentor de todo o conhecimento esotérico, traz paralelos com Wotan e Odin, senhores das Runas, e com Zeus/Júpiter, o detentor de todo o conhecimento.

Nanã

Nanã é o vodun (orixá) da nação Gêge, de tempos imemoriais. Está associada aos mitos da criação da Terra, sendo a precursora de todas as divindades que têm o poder de gerar a vida. É o lado feminino dos criadores do mundo. Grande Senhora das terras molhadas e fecundas, com a qual foram criados todos os seres, reina na lama, que formou a Terra, nas águas paradas e pântanos. Ao mesmo tempo em que dá vida às criaturas, faz com que retornem ao seu elemento de origem para, mais tarde, renascerem na Terra, formando o ciclo da vida e da morte.

Por ser a detentora dos conhecimentos mais profundos e antigos dos Orixás, Nanã corresponde diretamente a Daath, a sephira do Conhecimento e guardiã dos maiores mistérios da Criação.

Orixás

Omolu, Iemanjá, Exú, Oxum, Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Iansã, Olorum, Ibeji